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SP: advogado pede soltura de pai e filho acusados de morte por R$ 7

G1

O advogado Valdemir Batista Santana, que defende José Adão Pereira, 55 anos, e seu filho, Diego Souza Passos, 23 anos, acusados de assassinar a facadas o estudante Mário dos Santos Sampaio em uma churrascaria em Guarujá, litoral de São Paulo, disse nesta quarta-feira que entrará com um pedido de habeas-corpus para libertar seus clientes. Adão está preso temporariamente há uma semana, enquanto Diego foi detido ontem. Eles confessaram o assassinato da vítima, ocorrido após discussão por uma diferença de R$ 7 no valor da conta.

A prisão dos suspeitos foi determinada pela juíza responsável pelo caso, Denise Gomes Bezerra, sob a alegação de que ambos estavam ocultando provas e atrapalhando as investigações. Segundo depoimento de um funcionário do restaurante, Adão e seu filho teriam desaparecido com as imagens das câmeras de segunça.

"A decisão pela prisão foi prematura. Segundo eles (Diego e Adão), parece que houve um saque no momento em que tudo aconteceu (o crime), no corre-corre alguém subtraiu as câmeras, dinheiro, aparelho de TV do local. Nós ficamos surpresos com essa informação depois que a polícia questinou os dois, porque, no dia, os investigadores apreenderam tudo: CPU, documentos, máquinas de cartão de crédito. Achamos que esse material (as imagens das câmeras), também tinha sido levado pela polícia", disse o advogado.

Adão e seu filho estão presos na cadeia anexa ao 1º DP do Guarujá. Segundo Santana, com o fim dos depoimentos das testemunhas, a defesa aguarda que clientes que presenciaram o crime procurem a delegacia para colaborar com a investigação.

O crime
Mario dos Santos Sampaio foi morto com duas facadas na noite do dia 31 de dezembro no restaurante Casa Grande, no Guarujá. Estudante de Administração e morador de Campinas, ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a namorada de Mário Sampaio e dois amigos, que afirmaram ter presenciado o crime, a agressão ocorreu por causa da diferença de R$ 7 no preço da refeição. O publicitário Rauany Neves Farias disse que o valor da refeição divulgado pelo estabelecimento era R$ 12,99, mas na hora de pagar a conta foi cobrado R$ 19,99.

Segundo ele, o universitário ficou indignado com a alteração do valor da comida - ele relatou que quando todos chegaram, o preço estampado nas placas fixadas fora e dentro do restaurante era R$ 12,99, mas foi alterado durante a refeição. Farias contou que Sampaio reclamou da mudança de preço e por causa disso houve uma discussão com o caixa, que chamou o gerente. Os amigos do universitário contaram à polícia que o filho do dono do restaurante ameaçou o grupo, dizendo que a questão seria "resolvida do lado de fora" do estabelecimento.

Renato Camargo Sampaio, pai do universitário, esteve na Baixada Santista e organizou manifesto pela morte do filho. O manifestou foi iniciado na porta da churrascaria Casa Grande, local do crime, e teve o consentimento da polícia local, responsável pelo caso.
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