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Notícias / Economia

Crise econômica e pressão ambiental marcaram as discussões do Zoneamento

Da Redação/Senai

A diversidade marcou a audiência pública que discutiu o Zoneamento Socioeconômico Ecológico – ZSEE em Sinop (distante 500 km da capital). Cerca de 3,5 mil pessoas, entre índios, assentados da reforma agrária, representantes do setor madeireiro e produtores rurais, apresentaram centenas de propostas para adequar o ZSEE a realidade daquela região, que se encontra no bioma Amazônia e tenta conciliar a falta de alternativas econômicas com as pressões ambientais.

“Conheço muito bem essa região, até porque moro em Sinop desde 1976. Sei da maneira como fomos colonizados, o perfil e a aptidão das nossas cidades. E aqui temos maior dificuldade porque estamos inseridos na região de floresta. Mas é para isso que estamos socializando. Para ouvir a população e acolher as melhores propostas para cada cidade, desde elas tenham embasamento técnico”, afirmou o presidente da Comissão Especial do Zoneamento, deputado Dilceu Dal’Bosco (DEM).

O prefeito de Santa Carmem, Alessandro Nicoli (PR) alertou para as dificuldades financeiras atravessadas pelos municípios do Norte de Mato Grosso, após o fechamento de centenas de madeireiras. Segundo Nicoli, a implantação de indústrias na região só será possível após a regularização ambiental e a mudança dos municípios para categoria consolidada.

“Qualquer empresa que venha se instalar em Mato Grosso olha primeiro para a regularização do meio ambiente. Se a nossa reivindicação de mudarmos para área consolidada for atendida, estaremos no mesmo patamar que Sorriso, Lucas do rio Verde e Nova Mutum podendo ter chance de competir e trazer indústrias pra o nosso município”, disse Nicoli.

Crítico ferrenho da Medida Provisória - MP 2166/01 que aumento de 50% para 80% a reserva legal dentro das áreas de floresta, o senador Jayme Campos apontou a elaboração do Novo Código Florestal Brasileiro, que já esta sendo discutido pelo Congresso Nacional, como um alento para a classe produtora do Brasil.

“Esse Código Ambiental vai adequar as nossas realidades e acima de tudo, compatibilizar o desenvolvimento sustentado e a preservação do nosso ecossistema. Em Brasília, estamos trabalhando para fomentar a produção agrícola, prova é que acabamos de aprovar uma Medida Provisória que vai permitir a regularização fundiária de 67 milhões de hectares de terras na região amazônica do Brasil”, comemorou

O trabalho realizado pela Assembléia Legislativa de discutir o projeto de Zoneamento dentro de cada região do Estado foi elogiado pelo representante do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Vizentin, que afirmou que Mato Grosso tem o grande desafio de conciliar interesses de diferentes segmentos econômicos e sociais.

“Mato Grosso está dando um exemplo para o país de uma ampla participação social. Agora, um estado tão grande e próspero e com tanta riqueza, necessariamente vai ter que estabelecer o lugar e o papel para agricultura familiar, para os assentados da reforma agrária, para os povos indígenas, para as comunidades tradicionais, e também para a produção voltada para a exportação do agronegócio e da pecuária”, finalizou.



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