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Tesouro dos EUA quer rigor maior em bônus para executivos

Valor Online

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, revelou nesta quarta-feira (10) que pretende defender a adoção de critérios mais rígidos para a compensação de executivos de grandes companhias, com ênfase para as instituições financeiras.

A ideia é alinhar os interesses da direção da empresa com os dos acionistas. Na visão dele, os programas de bônus atuais incentivam a tomada excessiva de risco e teriam contribuído para a crise financeira.

Em comunicado divulgado nesta quarta, Geithner disse que vai apoiar a aprovação de uma lei no congresso dos EUA que determine que o pagamento de bônus para os principais executivos dos bancos terá que passar pelo crivo da assembleia de acionistas.

Além disso, o secretário do Tesouro discutiu com a presidente da Securities and Exchange Commission (SEC), Mary Schapiro, uma regulamentação para que os comitês de compensação dos conselhos de administração tenham mais autonomia e independência - inclusive financeira - para poder contratar consultores a fim de avaliar os programas de compensação dos executivos.

Sem entrar em detalhes, Geithner disse que os programas com pagamento em ações, por exemplo, devem prever que os executivos fiquem mais tempo com os papéis, com o objetivo de evitar estratégias que gerem lucro no curto prazo, mas perdas ao longo do tempo para a empresa.

Ele propõe também uma discussão sobre se os "paraquedas de ouro" e os planos de aposentadoria especiais para altos executivos que saem das empresas realmente se alinham com o interesse dos acionistas. Os "paraquedas de ouro" são pagamentos que CEOs e CFOs costumam receber quando saem de uma companhia, mesmo que ela apresente prejuízo.

Apesar de levantar a discussão sobre o tema, o secretário do Tesouro ressalta que não está propondo tetos para os pagamentos dos executivos, nem limitando as formas de se estruturar essa compensação, o que considera "contraproducente". "Pelo contrário, nós vamos continuar a desenvolver padrões que recompensem inovação e tomada de risco prudente, sem que se crie incentivos desalinhados (com o interesse dos acionistas)", afirmou ele.
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