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Dilma usou pronunciamento para se lançar à reeleição, critica PSDB

G1

O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), divulgou nota nesta quinta (24) na qual classificou o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional de rádio e televisão como a "mais agressiva utilização do poder público em favor de uma candidatura e de um partido político".

Para o tucano, o pronunciamento da presidente foi o "lançamento prematuro de uma campanha à reeleição, às custas do uso da máquina federal e das prerrogativas do cargo presidencial".

No pronunciamento, sem citar nomes, Dilma criticou os "pessimistas" e os que são "do contra", em referência aos que se opuseram ao plano para diminuição das tarifas de energia elétrica, anunciada por ela nesta quarta (23). Rejeitaram as condições do acordo proposto pelo governo para redução da tarifa as companhias energéticas Cesp (São Paulo), Cemig (Minas Gerais), Copel (Paraná) e Celg (Goiás), todas de estados governados pelo PSDB, principal partido de oposição.

"Neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio, no passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda. Os que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria. Os que não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média. Estamos vendo como erraram os que diziam, meses atrás, que não iríamos conseguir baixar os juros nem o custo da energia, e que tentavam amedrontar nosso povo", afirmou a presidente.

Para o presidente do PSDB, "o governo do PT acaba de ultrapassar um limite perigoso para a sobrevivência da jovem democracia brasileira".

Segundo ele, Dilma deveria se reconhecer como presidente "de todos os brasileiros", mas segundo afirmou, dividiu o país em dois grupos.
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"O conceito de República foi abandonado. A chefe da Nação, que deveria ser a primeira a reconhecer-se como presidente de todos os brasileiros, agora os divide em dois grupos: o “nós” e o “eles”. O dos vencedores e o dos derrotados. Os do contra e os a favor", disse.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) apontou "a apropriação de um instrumento de Estado para fins político-partidários". Segundo ele, foi um "exemplo inaceitável" de uso da estrutura do estado em favor de objetivos políticos.

"Falou à Nação não a presidente da República, mas um partido político, evidenciando, como nunca antes neste país, a mistura entre o público e o particular; o institucional e o partidário", declarou.

Leia abaixo a íntegra da nota do PSDB.

Nota à Imprensa – PT ultrapassa limite perigoso à democracia

O governo do PT acaba de ultrapassar um limite perigoso para a sobrevivência da jovem democracia brasileira.

Na noite desta quarta-feira, o país assistiu à mais agressiva utilização do poder público em favor de uma candidatura e de um partido político: o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, em rede nacional de rádio e TV, sob o pretexto de anunciar, mais uma vez, a redução do valor das contas de luz, já prometida em rede nacional há quatro meses e alardeada em milionária campanha televisiva paga pelos contribuintes.

O caráter político-partidário do pronunciamento oficial da presidente pode ser constatado inclusive pela substituição do brasão da República pela marca publicitária do atual governo na vinheta de abertura da “peça publicitária” veiculada em cadeia nacional.

Durante os oito minutos de divulgação obrigatória por parte das emissoras de rádio e TV brasileiras, a presidente Dilma faltou com a verdade, fez ataques a seus adversários, criticou a imprensa e desqualificou os brasileiros que ousam discordar de seu governo.

O conceito de República foi abandonado. A chefe da Nação, que deveria ser a primeira a reconhecer-se como presidente de todos os brasileiros, agora os divide em dois grupos: o “nós” e o “eles”. O dos vencedores e o dos derrotados. Os do contra e os a favor. É como se estivesse fazendo um discurso numa reunião interna do PT, em meio ao agitar das bandeiras e ao som da charanga do partido.

O PSDB denuncia o uso indevido feito de um instrumento reservado ao interesse público para promoção pessoal e política da presidente, e alerta os brasileiros para a gravidade desse ato que fere frontalmente os fundamentos do Estado democrático.

No governo do PT, tudo é propaganda, tudo é partidarizado. Nada aponta para o equacionamento verdadeiro dos problemas do país ou para uma solução efetiva.

Em vez de assumir suas responsabilidades de gestora, fazendo o governo produzir, o que se vê é o lançamento prematuro de uma campanha à reeleição, às custas do uso da máquina federal e das prerrogativas do cargo presidencial.

Brasília, 24 de janeiro de 2013
Deputado Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB
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