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Jovens perdem a mãe: 'Eu tive que olhar corpo por corpo para reconhecê-la'

G1

Na tragédia de Santa Maria, muitos pais perderam os filhos, afinal, o incêndio aconteceu em um lugar muito frequentado pelos mais jovens. Centenas deles se divertiam na festa da boate Kiss que reunia estudantes da Universidade Federal local. Entretanto, para uma família a perda foi diferente, mas não menos dolorosa. Marília e Pedro Rafael Rehermann perderam a mãe, Roseanne, de 46 anos, e o padrasto, Luís Antônio, de 36 anos. Ela acompanhava o marido, aluno da faculdade, e que era considerado pelos colegas de estudo como o "tiozinho" da turma.

"Ela gostava muito da juventude, como ela era servidora do judiciário, ela era conhecida como a defensora dos estagiários. E vivia saindo com eles", descreveu Marília, com lágrimas nos olhos. O irmão contou que soube da tragédia pelo pai. "Me preocupei primeiro com a minha irmã, mas nunca iria imaginar que minha mãe estaria lá", admitiu o rapaz.

Marília relembrou como recebeu a notícia da morte da mãe. “Eu só me atinei quando uma amiga dela me mandou uma mensagem: 'Marília, tua mãe me disse que iria em uma festa da veterinária ontem. Acha ela pelo amor de Deus, porque estou ligando para ela a manhã inteira'. Eu comecei a ligar e ela não atendia", explicou a menina. Emocionado, Pedro Rafael contou: "Eu levantei e parecia que eu já estava sabendo, levantei correndo, chorando. Eu não tinha como ir, estava impotente aqui. Não tive como ajudar".

Mesmo diante de tanta dor, a filha ainda precisou fazer o reconhecimento da mãe. "Como ela estava sem documento, pois devia estar na bolsa, eu tive que olhar corpo por corpo para reconhecê-la. Eu reconheci a minha mãe, porque ela tinha uma tatuagem na perna com as nossas inicias. Então, não tinha como não ser ela. Era ela”, emocionou-se a jovem.
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