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Senadores 'independentes' estudam lançar candidatos para usar tribuna

G1

Um grupo de senadores independentes, formados por parlamentares que nem sempre seguem orientações partidárias, anunciaram nesta quinta-feira (31) que estudam lançar candidaturas alternativas à presidência do Senado caso a Mesa Diretora da Casa só autorize a candidatos fazer discursos na tribuna durante a eleição. O grupo é formado por senadores como Pedro Taques (PDT-MT), Randolfe Rodrigues (Psol-AP), Pedro Simon (PMDB-RS) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-RS).

A escolha do próximo parlamentar a comandar o Senado está marcada para às 10h desta sexta (1º). Até o momento são conhecidos como candidatos os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Randolfe Rodrigues (Psol-AP) e Pedro Taques (PDT-MT).

Randolfe e Taques , que se lançaram como opções alternativas ao nome de Renan, decidiriam na manhã desta quinta se um abriria mão de concorrer para apoiar o outro. Como a eleição é por maioria simples, não tem segundo turno, um nome alternativo ao de Renan teria mais chances de vencer se concorresse sozinho com o peemedebista.

No entanto, os senadores relataram que um consultor da Mesa Diretora informou que apenas candidatos poderiam discursar na eleição desta sexta. Para o grupo que apóia Taques e Randolfe, a possibilidade de fazer o uso da palavra na tribuna justifica a manutenção das duas candidaturas e o lançamento de outros nomes.

“Respondendo a uma indagação nossa, um consultor da Mesa Diretora disse que só teria acesso amanhã [sexta-feira] à tribuna quem estivesse inscrito como candidato. A gente teve que dirigir um ofício ao presidente Sarney para saber se isso é verdade”, disse o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

Segundo ele, se houver limitação aos discursos, outros senadores, como Pedro Simon, se candidatarão. Se o Senado entender que representantes de partidos podem discursar, o grupo poderá escolher apenas um nome para a disputa - Taques ou Randolfe. “A gente considera fundamental que o acesso à palavra seja para todos os senadores ou representantes de partidos. Nessa altura quanto mais candidatos a gente tiver [melhor]”, disse Vasconcelos.

Procurada por jornalistas, a Secretaria-Geral do Senado informou que, de acordo com o regimento interno, todos os senadores podem se inscrever para discursar, mas só poderão falar sobre eleição. Caberá ao atual presidente do Senado, José Sarney, avaliar se os discursos estão fugindo do tema e, se for o caso, interrompê-los.

Críticas a Renan
Os senadores do grupo independente criticaram a candidatura de Renan Calheiros, que foi denunciado na semana passada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Agora, o Supremo Tribunal Federal terá de decidir se o senador do PMDB vai virar réu em processo criminal.

Renan Calheiros é investigado em inquérito no STF pelo suposto uso de notas fiscais frias para justificar, em 2007, que tinha renda para pagar a pensão de uma filha. Ele apresentou as notas, referentes a suposta venda de bois, para se defender da suspeita de que a pensão era paga por um lobista de uma empreiteira. O escândalo levou à renúncia do peemedebista do comando do Senado em 2007.

“Estamos percebendo que, pela candidatura apresentada pela maioria dos senadores que integram o bloco da maioria, o Senado caminha para um precipício, está vendo o precipício”, disse Randolfe Rodrigues.
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