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Eleição de 2014 pode ser polarizada entre senadores de Mato Grosso

De Brasília - Vinícius Tavares

A eleição para o governo de Mato Grosso, a pouco menos de dois anos da disputa, já caminha para uma provável polarização entre os senadores Blairo Maggi (PR) e Pedro Taques (PDT), dois nomes que, de modos distintos, 'brilham' no cenário da política nacional. Um pleito polarizado em 2014 vem sendo avaliado como natural pelos líderes dos demais partidos.

No Partido da República (PR), Blairo é considerado novamente a bola da vez e já está se articulando para pavimentar o caminho para seu terceiro mandato como governador. Constantemente cotado para um ministério no governo Dilma Rousseff, ele será anunciado como novo presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado.

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Ainda no âmbito da sigla lideral, o segundo nome do partido é o do deputado federal Wellington Fagundes, que não costuma entrar em bola dividida e, para evitar desgaste com Maggi, deve arriscar, no máximo, uma disputa ao Senado ou a reeleição na Câmara.

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No PSD, a situação do deputado estadual José Geraldo Riva ainda pode der considerada muito complicada. Ele enfrenta muitos processos judiciais, embora nenhum com sentença transitada em julgado, e o Ministério Público Estadual (MPE) não lhe dá trégua. Se conseguir se livrar das pendências, será sempre um nome forte para qualquer disputa, porque exerce muita influência nas principais bases eleitorais do Estado.

No PMDB, o governador Silval Barbosa é nome quase certo para disputar uma cadeira de senador ou deputado federal. Pode também vir a ser indicado para assumir uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado. Caso Silval decida enfrentar uma nova eleição para o Senado ou para a Câmara dos Deputados, o vice- governador Chico Daltro (PSD) assume o cargo e será uma opção para o PSD, caso Riva não se livre dos problemas de ordem judicial.

Possibilidade de assumir governo em 2014 deixa PP em 'saia-justa'

No Partido Progressista (PP), o deputado federal Pedro Henry desistrada politicamente e sofre o desgaste de ter sido condenado no julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) e pode até mesmo perder o mandato. Além disso, o PP perdeu força política desde a debandada do grupo de Riva.

Lúdio Cabral é um nome em ascensão dentro do PT, mas seu futuro é uma incógnita. Apesar da derrota para Mauro Mendes (PSB) para a prefeitura de Cuiabá, ele conquistou uma posição de destaque no cenário político da Baixada Cuiabana e boa exposição na mídia, mas ainda carece de brilho suficiente para uma disputa estadual.

De saída do PT, a ex-senadora Serys Slhessarenko sempre é um nome lembrado pelo eleitorado. Está flertando com o PMDB e PSB e chegou a receber convite de Pedro Taques para ingressar no PDT. Serys é um nome mais forte do que Carlos Abicalil (ex-deputado federal e candidato derrotado ao Senado) e Lúdio, não possui nódoas fortes em seu currículo e está limpando sua “ficha” ao anunciar a devolução de dinheiro do Imposto de Renda que deixou de ser descontado pelos senadores.

Valtenir se articula e comporta como pré-candidato a governo em 2014

Presidente estadual do PSB, o deputado Valtenir Pereira pode ser uma opção. Faz um bom trabalho na Câmara Federal, cresce enquanto liderança junto com o PSB, mas ainda não tem cacife financeiro nem político para assumir uma disputa desta envergadura.

Mauro Mendes, se cumprir o acordo costurado para elegê-lo prefeito de Cuiabá, é carta fora do baralho para concorrer ao governo. Assumiu um compromisso político com o eleitor nas eleições municipais de 2012 e com o próprio senador Maggi para não disputar a eleição de 2014.

Blairo Maggi diz que Mauro Mendes foi 'pego pra Cristo' nas últimas eleições e defende incentivos fiscais

Dificilmente Mauro Mendes incorrerá no mesmo erro cometido pelo ex-prefeito Wilson Santos (PSDB), que desgastou-se em demasia ao disputar o governo em 2010 depois de ter prometido ao eleitor cuiabano que cumpriria integralmente seu mandato como prefeito eleito em 2008, quando venceu Mendes.

Outro nome do PSDB praticamente descartado do pleito é o do deputado estadual Guilherme Maluf, cujo resultado pífio nas eleições municipais o desqualifica até mesmo para tentar a reeleição na Assembléia Legislativa de Mato Grosso. Aliás, o PSDB está em processo de reconstrução de sua imagem e também murchou politicamente. A opção tucana poderia ser o deputado federal Nilson Leitão, que é figura em ascenção do bloco oposicionista e vai ser o líder da minoria na Câmara.

Assim como acontece com o PSDB, o Democratas (DEM) está enfraquecido e os irmãos Júlio e Jaime Campos não possuem atualmente a força partidária para exercer influência necessária nas principais bases eleitorais. Presidente estadual do PMDB, Carlos Bezerra tão pouco pode fazer frente atualmente a uma liderança em ascensão. Todavia, Jaime é um nome forte para uma eventual disputa, pois tem cacife político e financeiro. Ele já foi governador e em política não é de bom alvitre subestimar quem quer que seja.

Por fim, o PDT tem no senador Pedro Taques uma das maiores lideranças da política nacional. Com um forte discurso pela moralização da política, atrai os holofotes do país e o respeito de muitos parlamentares. Se repetir o desempenho eleitoral de 2010, pode reunir condições de polarizer a disputa com Blairo Maggi, embora não possua a estrutura financeira nem a experiência do ex-governador.


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