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Mães de aprovados na Fuvest se emocionam com filhos e levam 'trote'

G1

Se os pais acompanham - e dividem - o sofrimento dos filhos na época do vestibular, nada mais justo do que também desfrutarem da alegria da comemoração. Nesta sexta-feira (1º) muitos pais se emocionaram ao ver o nome dos filhos na lista de aprovados da Fuvest. Assim como os 'bixos', eles entraram na brincadeira do 'trote' e foram marcados na testa 'mãe USP' e 'pai USP', no colégio Etapa.
Mãe e filha aprovada na Fuvest (Foto: Vanessa Fajardo/G1)Maria Aparecida com a filha Maria Cristina: vaga em
odontologia (Foto: Vanessa Fajardo/G1)

"Dei à luz de novo, esta é a sensação", diz Maria Aparecida Pereira, de 51 anos. Sua filha, Maria Cristina Macario Ferreira, de 19 anos, foi aprovada no curso de odontologia, depois de fazer um ano de cursinho. "A ansiedade é a pior vilã. Estou aliviada, hoje vou dormir em paz."

Emocionadas, mãe e filha precisaram ir até o colégio Etapa para conferir a lista da Fuvest impressa para comemorar a vaga garantida na Universidade de São Paulo (USP) por Carla Fernandes, de 19 anos, no curso de história. "Vi em casa, mas não acreditei, achei que estava errado", afirma Carla. Chorando, ela comemorou muito ao lado da mãe Eliane Fernandes, de 49 anos. "A sensação é maravilhosa, de dever cumprido."

"Mãe sofre, mas não pode fazer nada, é tudo por conta deles", afirma a projetista Olga Pasquale, de 48 anos. A filha Vitória Luppi, de 18 anos, após prestar o vestibular da Fuvest pelo segundo ano consecutivo foi aprovada em arquitetura. Ela vai serguir a profissão do pai. "A sensação é que valeu a pena", diz Vitória.

Três tentativas consecutivas
Nem sempre é possível entrar na USPx na primeira tentativa. Em cursos concorridos, como medicina, por exemplo, é muito comum os candidatos prestarem vestibular mais de uma vez. Gabriel de Souza Lima, de 20 anos, só conseguiu ver seu nome na lista após a terceira tentativa consecutiva. Ele foi aprovado em medicina.
Rebeca fuvest (Foto: Vanessa Fajardo/G1)Rebeca Pessoa comemora a aprovação em
relações internacionais (Foto: Vanessa Fajardo/G1)

"No ano passado, todos os meus amigos passaram no vestibular e eu não. Neste ano tirei a nota de corte e fiquei com medo de não passar. Nem dormi nesta noite de tanta ansiedade pelo resultado", afirma Gabriel, que fez três anos de cursinho. "Eu na medicina? Parece um sonho, ainda não acredito, parece que não caiu a ficha."

Aprovada em relações internacionais, Rebeca Baldessari Bittar Pessoa, de 19 anos, também fez três vezes o vestibular da Fuvest. Para ela, o que funcionou neste ano diferente dos outros foi o controle emocional. "Estava mais tranquila, porém completamente focada, não saí do cursinho."

Com os braços pintados e a cabeça sem diversos tufos de cabelos, Marcelo Motoki, de 21 anos, comemorou a aprovação, após três tentativas, no curso que mais queria: medicina na USP. O estudante cursou um ano de direito na USP, mas decidiu seguir o sonho de ser médico e passou os últimos dois anos na turma em tempo integral do cursinho Objetivo.

"Meu pai me apoiou bastante, minha mãe relutou um pouco, mas depois concordou", explicou Marcelo, que tem planos de se especializar ou em cardiologia ou nefrologia.

Filho de um administrador, o jovem diz que é o primeiro da família a entrar em uma instituição pública. No ano passado, Marcelo foi aprovado na Universidade Estadual Paulista (Unesp), no curso de medicina em Botucatu, e na Faculdade de Medicina da Santa Casa, onde o curso é pago. Na Fuvest, foi chamado na quarta chamada, em que os candidatos selecionam uma opção de reescolha, e poderia estudar engenharia na Escola Politécnica.

Mas, determinado a estudar medicina na capital e em uma instituição pública, ele decidiu investir mais um ano. "A gente nunca acha que estudou o suficiente. A maturidade ajuda bastante".

Escola pública
Kevin Nicolas Souza dos Santos e Henrique Santana Santos, ambos com 18 anos, estudaram na rede pública de ensino. O nível fundamental foi na rede regular e o médio em escolas técnicas de São Paulo.

Aprovado em direito, Kevin diz que a escola técnica onde estudou era boa, mas não excelente, por isso foi necessário fazer um ano e meio de cursinho para ser aprovado na USP. "Se fosse uma escola comum da rede regular, acho que seria ainda mais difícil. Estou muito feliz agora, é maravilhoso ver seu nome na lista, até me faltam palavras."

Aprovado em engenharia, Henrique afirma que na escola técnica teve mais oportunidade de aprender, do que em alguma unidade da rede regular de ensino. Para ele, os professores conseguem ensinar melhor, já que os alunos são mais aplicados. "Mesmo assim fazer cursinho foi fundamental."
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