“Temos que respeitar o resultado das eleições e o voto dos demais senadores”. Assim respondeu o senador Pedro Taques (PDT-MT) logo após ter sido derrotado por Renan Calheiros (PMDB-AL) na eleição para a presidência do Senado, ocorrida nesta sexta-feira (1).

Segundo Taques, que recebeu 18 votos, contra 56 do candidato do governo, apesar do resultado ter sido desfavorável a ele, fica de positivo o fato de o Brasil ter presenciado um debate sobre os rumos do Senado Federal.

Calheiros supera Taques por 56 votos a 18 e se elege presidente do Senado
“É como perdedor que ocupo esta tribuna hoje”, diz Taques em discurso

“O melhor não é o resultado. É o debate. Imaginem uma eleição para o Senado sem debate. O congresso tem que ouvir o que a sociedade deseja”, refletiu.

A respeito do apoio maciço recebido por Renan Calheiros na disputa, o senador matogrossense afirmou que respeita o resultado e o voto dos demais senadores, mas sustenta que o debate serviu para que o país debatesse a necessidade a ética na política.

“Desejo a ele, pessoalmente, o maior sucesso, mas é preciso afastar o patrimonialismo da política e manter diferenças claras entre o público e o privado”, disse, em clara alusão aos processos que Renan Calheiros responde no Supremo Tribunal Federal pelos crimes de peculato, falsidade ideological e utilização de documento falso.

Questionado pelo Olhar Direto sobre o fato de sair fortalecido desta disputa – fato que lhe rendeu grande exposição na mídia e lhe proporcionou a experiência de polarizar com um senador mais conhecido na esfera política nacional - , Taques refutou a idéia.

“Não me sinto fortalecido. A indicação do meu nome foi uma decisão de um grupo”, destaca, em alusão ao grupo Independente, formado por parlamentares que não integram nem a base do governo Dilma no Senado nem a oposição.