Nos últimos três meses, quatro mulheres morreram na capital paulista por causa de cirurgias plásticas. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, José Horácio Aboudib, os últimos casos de morte nessas cirurgias ocorreram em pacientes que aderiram ao sistema de consórcio. "Estão acontecendo muitos casos e tem alguma coisa errada. Nos chama a atenção, na Sociedade, que os últimos três casos que envolveram óbito, envolviam pacientes que estavam fazendo a cirurgia através do sistema de consórcio de cirurgia plástica, que é uma situação condenada pelo Conselho Federal de Medicina desde 2008. Existe uma resolução que diz textualmente: 'é vetado ao médico o vínculo de qualquer natureza com empresa que anuncie ou comercialize planos de financiamento ou consórcio para procedimentos médicos'. Então, algo não está acontecendo dentro das regras adequadas de segurança", declara o Aboudib.

É comum encontrar pelas ruas cartazes que mostram ofertas de cirurgias plásticas por consórcio, ou por preços mais acessíveis com melhores condições de pagamento. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, deve-se desconfiar dessas empresas. “Toda a mercantilização da medicina deve ser motivo de repúdio e de desconfiança. Qualquer situação que você perceba claramente que o ganho financeiro está muito acima do atendimento médico em si, deve gerar desconfiança. De dez casos de queixas atualmente no Conselho Regional de Medicina de São Paulo, onde esse problema de consórcio é maior, oito são de pacientes envolvidas em consórcios”, alerta o doutor.

José Horácio Aboudib orienta sobre os principais cuidados ao decidir fazer uma cirurgia plástica:

- Procurar um profissional que seja credenciado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica;
- Procurar uma clínica adequada;
- Desconfiar quando o dinheiro estiver acima de tudo, porque nessas clínicas não é a saúde da paciente nem o que ela deseja que está em foco. É só dinheiro.