Depois de sustentar por três vezes que é da Câmara a palavra final sobre a cassação dos deputados condenados no mensalão, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), mudou o discurso e afirmou ontem que "não há hipótese de não cumprir a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)". "Nós só vamos fazer aquilo que o nosso regimento determina: finalizar o processo. Coisas de formalidade legal e ponto. Não há nenhuma possibilidade de confrontarmos com o mérito, questionar a decisão do Supremo", disse, após encontro com o presidente do STF e relator do processo, Joaquim Barbosa. No entanto, ontem mesmo, o peemedebista apresentou uma nova versão: declarou que não está descartada a possibilidade de que o destino dos deputados seja submetido a votação secreta no plenário, onde as chances de rejeição das cassações são consideráveis. Enquanto isso, o deputado mato-grossense Pedro Henry (PP) mantém a pose como se nada tivesse acontecido e continua usufruindo de privilégios surreais (um subsídio mensal de quase R$ 30 mil, por exemplo).