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Notícias / Brasil

Sócios da Kiss e músicos têm comida especial para evitar envenenamento na prisão

R7

Os dois sócios da boate Kiss e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, presos após o incêndio que deixou 238 pessoas mortes em Santa Maria (RS), estão em celas isoladas e comem comida especial na penitenciária da cidade. De acordo com o delegado Marcelo Arigony, a medida foi tomada para evitar envenenamento.

O sócio Elissandro Spohr foi o último a ser levado para o presídio. Ele ficou nove dias internado e a polícia montou um esquema especial para levá-lo até a cadeia de Santa Maria. Na última terça-feira (5), o delegado chegou a informar o local errado da prisão para evitar que a população se concentrasse na porta da penitenciária.

Ele disse também que mais de 150 pessoas já prestaram depoimento sobre o incêndio e mais testemunhas devem ser ouvidas até sexta-feira (8).

Na quarta-feira (6), foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão na casa dos músicos e recolhidas fotos que mostram que a banda usava sinalizadores durante os shows, idênticos ao que teria provocado o incêndio na Kiss. As imagens servirão de base para o inquérito e podem contestar os depoimentos prestados pelos envolvidos.

A polícia divulgou também que amostras de sangue de 235 vítimas foram levadas para a Argentina. O objetivo é investigar a presença de cianeto no sangue.

Incêndio

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, a 290 km de Porto Alegre, deixou 238 mortos e mais de cem feridos. O fogo teria começado quando a banda Gurizada Fandangueira se apresentava. Segundo testemunhas, durante o show foi utilizado um sinalizador — uma espécie de fogo de artifício chamado "sputnik" — que, ao ser lançado, atingiu a espuma do isolamento acústico, no teto da boate. As chamas se alastraram em poucos minutos.

Na terça-feira (29), o delegado regional da Polícia Civil em Santa Maria, Marcelo Arigony, informou que localizou a loja onde foi comprado o sinalizador. De acordo com Arigony, o artefato foi vendido regularmente, porém um funcionário da loja informou que a banda Gurizada Fandangueira queria comprar o mais barato para uso externo, mesmo sabendo que o seu uso seria interno. Ainda segundo a polícia, os donos da boate também sabiam dessa informação e teriam sido coniventes.

A casa noturna estava superlotada na noite da tragédia, segundo o Corpo de Bombeiros. Cerca de mil pessoas ocupariam o local. O incêndio provocou pânico e muitos não conseguiram acessar a única saída da boate. Os proprietários do estabelecimento não tinham autorização para organizar um show pirotécnico no local. Além disso, o alvará da casa estava vencido desde agosto de 2012.

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