Depois da expectativa e do temor que a crise financeira causou por todo o mundo, os produtores mato-grossenses se preocupam com a escassez de crédito e os desafios para a safra 2009/2010. Os custos da produção foram entraves para o desempenho da produção e, agora, os produtores temem a falta de captação de recursos para o financiamento agrícola.

A safra terá R$ 108 bilhões para financiamento no país, dos quais R$ 93 bilhões para o agronegócio e R$ 15 bilhões para a agricultura familiar. O plantio começa em julho e, na avaliação do gerente técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso (Famato), Luciano Gonçalves, as perspectivas são boas e o cenário atual é positivo. No entanto, ressalta que espera que o Governo anuncie pacotes e medidas para desobstruir o crédito e flexibilizar o custeio da produção.

Os produtores, segundo ele, apostam em recorrer às tradings. Na safra 2007/2008, a necessidade de crédito para os sojicultores foi de aproximadamente R$ 700 milhões e que na seguinte pulou para R$ 2,6 bilhões. “As negociações começam a partir do próximo mês e apostamos nas tradings. Mas se isso não ocorrer, o cenário será ruim”, frisou Gonçalves.

A Famato estima que o volume de recursos necessários à safra 2009/2010 é de R$ 15 bilhões, sendo que deste total, 20% os produtores teriam condições de desembolsar com recursos próprios. Outros 20% teriam origem nos bancos oficiais e a maior parte, 60%, viria das tradings.

Com incertezas, o setor produtivo passou a pressionar o governo federal e, dessa forma, tem criado medidas com a liberação de recursos, publicação de Medidas Provisórias (MPs). Por outro lado, o setor avalia ser insuficiente e não cobre os custos necessários para uma safra.