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Inglaterra nega renovação de visto a brasileiros que cuidam de filha com câncer

Agência Folha

O governo britânico negou nesta semana a renovação do visto de um casal de brasileiros que está na Inglaterra para cuidar da filha que realiza tratamento contra um câncer.

O capixaba Mauro Monteiro de Carvalho, 65, e sua mulher Neuza, 64, viajaram em outubro para a Londres com um visto de seis meses para ficar ao lado de Gisselle Carvalho Norris, 32, que tem coriocarcinoma --tipo de câncer no útero que pode estar relacionado à gravidez.

Segundo o irmão de Gisselle, Sílvio Carvalho, 28, seus pais iniciaram em abril o trâmite para revalidar o visto na UK Border Agency/Home Office, braço do governo britânico encarregado de assuntos relativos a imigração, que negou o pedido na última semana.

"Meus pais mostraram documentos que comprovam que têm dinheiro aqui. Levaram muitos papéis", disse Carvalho.

Gisselle está na Inglaterra desde 2000, é jornalista e obteve o cidadania britânica ao casar com Jeffrey Norris, 40, em 2003, com quem tem um filho com pouco mais de um ano.

Segundo o jornal inglês "The Independent", que publicou reportagem sobre o caso, o governo britânico afirmou que Gisselle já conta com o apoio do marido e também pode contar com o apoio de serviços sociais e organizações que acompanham pacientes com câncer.

Para o irmão de Gisselle, o marido dela não tem condições de acompanhar a mulher nos tratamentos porque trabalha o dia todo. "São meus pais que vão ao hospital com ela", disse.

Os pais pediram nova reconsideração do governo, que, de acordo com o irmão, deve dar a resposta em 45 dias.

"Minha irmã vai operar o fígado na terça-feira e está passando por toda essa situação agora", disse Carvalho.

Consulado

Por considerar o caso de Gisselle uma exceção, o Consulado Geral do Brasil em Londres diz que irá auxiliar o advogado da família no pedido de reversão da decisão.

Segundo o cônsul-geral adjunto, Cícero Garcia, trata-se de uma questão humanitária e está claro que os pais não querem ficar permanentemente.

"Houve uma interpretação institucional demais por parte do órgão. Eles disseram que os pais não precisam ficar, já que há assistência social para tomar conta de Gisselle. Vamos argumentar que a assistência psicológica do pai e da mãe é importante para a recuperação dela", afirma Garcia.

A reportagem ligou ontem à tarde para a UK Border Agency, mas o escritório já estava fechado.
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