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Notícias / Turismo

Museus eróticos contam história do sexo sem sacanagem

Terra

A música "Façamos", tradução que a gente conhece pelas vozes de Chico Buarque e Elza Soares, resume como ninguém aquilo que todo mundo já sabe. Sexo é tabu, mas cidadãos no Japão, louva-deuses com fé e macaquinhos no cipó, fazem. E como isso é feito desde que o mundo é mundo, a história do erotismo é tão longa que merece ser contada.

De Nova York a Xangai, passando pela sensual Paris, várias cidades possuem museus dedicados ao assunto. Não se imagine entrando em grandes antros de sacanagem - com bom-humor ou de maneira quase científica, essas galerias estão abordando temas sérios, como história dos costumes, religião, cultura, antropologia e anatomia.

Cerâmica chinesa ilustrando posições sexuais, máscaras andinas com narizes fálicos, o tantra, filmes-mudos pornôs da década de 20, quadros, amuletos, cintos de castidade, Marilyn Monroe: o tema é gigante. Escolha um museu erótico para sua próxima viagem e passe a entender muito mais de sexo.

Reykjavik: Na Islândia, o genital masculino é tema do Museu Islandês de Falologia. Nada de vibradores ou esculturas: os destaques são pênis verdadeiros de animais encontrados no país. Técnicas de empalhamento ou vidros de formol ajudam a manter o acervo de mais de 200 órgãos, incluindo 16 exemplares de baleia. Em seu site, o museu afirma que também já possui documentos oficiais certificando que quatro altruístas Homo sapiens se dispuseram a doar seus membros depois de mortos. Tudo pelo bem da ciência. www.phallus.is.

Paris: Ao entrar no ambiente escuro, com cara de velho, um turista mais malicioso fantasiaria que, décadas antes, o local poderia perfeitamente ter sido um bordel. A localização também ajuda: o Musée de L'Érotisme fica na mesma rua que o histórico cabaré Moulin Rouge, em Montmartre. Distribuídos em seus sete pisos estão objetos profanos e sagrados, antigos e atuais. No segundo andar, uma coleção de documentos, fotografias e desenhos aborda a vida nas casas de prostituição do fim do século XIX até 1946, quando foram fechadas. www.musee-erotisme.com.

Barcelona: No coração da cidade catalã,o Museu de l'Eròtica trata com profundidade os aspectos históricos das relações carnais, passando por diversas culturas. Ali é possível conferir de perto variações do Kama Sutra retratadas em telas de seda e pergaminhos originais indianos. Da história mais recente, áudios mostram gravações eróticas em diversas línguas, representando o auge dos serviços telefônicos deste tipo na década de 90. Se você nunca teve coragem para ligar para um disque-sexo, é uma oportunidade de saber como é. www.erotica-museum.com.

Praga: O representante tcheco no mundo do erotismo é totalmente dedicado à "tecnologia" ligada ao sexo. Chamado Sex Machines Museum, ele exibe todo o tipo de aparelho já inventado para dar prazer sexual, camisinhas históricas e, no polo oposto, também os dispositivos criados para impedir a masturbação, como espartilhos e constritores pélvicos. Além de proporcionar diversão com suas excentricidades, o museu estimula uma reflexão sobre as perversões que acompanham a história da humanidade. www.sexmachinesmuseum.com.

Amsterdam: É claro que a "Disneylândia dos adultos" não ia ficar de fora dessa lista. O nome de batismo do local é Museu do Sexo - O Templo de Vênus. Também expondo uma rica coleção de artefatos, ele se diferencia por seu caráter mais "lúdico" e chocante. Enquanto visitam as salas que levam nomes de personalidades memoráveis no quesito, os visitantes são acompanhados por vozes vindas de autofalantes escondidos. Na sala "Marquês de Sade", por exemplo, ouvem-se gritos femininos. Ninguém sai do museu sem uma foto entre dois "monumentos" penianos de plástico. www.sexmuseumamsterdam.nl.

Copenhague: O dinamarquês Museum Erotica se diz "o mais elegante" de todos da categoria. Ele foi fundado em 1994 e se gaba por ter entretido mais de um milhão de pessoas - 50% mulheres. Enquanto o de Amsterdam explora muito mais o choque de valores, em Copenhague é oferecido um olhar mais analítico sobre a pornografia. São 750 m2 de espaço, contendo desenhos eróticos, fotos, esculturas, brinquedos, filmes e revistas, entre outros, dispostos de maneira cronológica e sempre com explicações sobre seus significados. www.museumerotica.dk.

Nova York: Os Estados Unidos têm fama de conservadores e, quando Nova York ganhou seu Museum of Sex, em 2002, o assunto foi notícia em tudo quanto é canto. Quem conhece alguma das experiências europeias no gênero, logo vai perceber que, mesmo com a inauguração "ousada", os americanos ainda são mais pudicos. Sua coleção é didática, mas não menos interessante. No acervo estão 15 mil peças, como trabalhos artísticos, fotografias, roupas, vídeos, revistas e documentos. Uma das exposições atuais mostra curiosidades sobre a vida sexual dos animais. www.museumofsex.com.

Xangai: A exposição do China Sex Museum permite uma imersão nos mitos e costumes conjugais chineses. Um dos temas mais controversos é o do culto aos pequenos pés, que por séculos submeteu milhões de meninas a dores e deformações para alcançar esse objetivo. Foi o governo comunista quem ajudou a coibir a prática, mas o mesmo regime, de tanto implicar com o proprietário do museu, acabou provocando sucessivas mudanças de endereço até que ele conseguisse novamente se firmar em Xangai. Endereço: Bund Sightseeing Tunnel, 2789 Riverside Ave, Pudong. www.chinasexmuseum.com (apenas em chinês).
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