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“Santa Maria nunca mais vai ser a mesma”, diz psiquiatra especialista em desastres

R7

Desde o dia 27 de janeiro, a rotina de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, mudou. Após o incêndio na boate Kiss, que causou a morte de 239 pessoas, o dia a dia dos moradores e dos familiares das vítimas ainda não voltou ao normal. Para José Thomé, psiquiatra que trabalha com crises, traumas e desastres, o clima de luto e tristeza da cidade até pode mudar. No entanto, Santa Maria nunca mais será o que era.

— Podemos dizer que um terço da população foi atingido [direta e indiretamente] pela tragédia.

Thomé desenvolveu um trabalho com as equipes que trabalharam no desastre de Santa Catarina, após as chuvas de 2008, e atuou também em Buenos Aires, capital Argentina, após incêndio em uma boate matar 194 pessoas em 2004.

Para ele, após essa fase inicial de acolhimento psicológico das vítimas e sobreviventes – dados do relatório da Força Nacional do SUS passados pela Secretaria Municipal de Saúde de Santa Maria indicam que foram realizados 1.305 atendimentos psicossociais em um mês – é o momento de trabalhar a reconstrução da cidade.

— Agora é que entra o complicado. O desafio é o trabalho de reconstrução.

Thomé é presidente da Unidade Brasileira da Rede de Ecobioética, representante da Cátedra de Bioética Unesco, representante do Conselho Mundial de Psicoterapia na ONU no conselho econômico social, vice-presidente da Associação Brasileira de Psicoterapia, cochair da seção Intervenções em Crise da Associação Mundial de Psiquiatria e fundador e coordenador do curso Intervenções em Situações Limite Desorganizadoras do Instituto Sedes Sapientiae de São Paulo.
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