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DEM quer que ministros expliquem PIB ao Congresso

G1

O líder da bancada do DEM na Câmara, deputado Ronaldo Caiado (GO), afirmou ao G1 nesta sexta-feira (1º) que irá apresentar requerimentos para convocar os ministros da área econômica do governo Dilma Rousseff a prestarem esclarecimentos sobre o fraco desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. Nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a economia brasileira cresceu 0,9% no ano passado.

“Esse número é a radiografia fiel da realidade brasileira. Reproduz o quadro do incentivo no país ao processo de aparelhamento do estado com elevação do gasto público, aumento do processo de corrupção e desestímulo ao investimento. O governo está conseguindo, inclusive, matar a galinha dos ovos de ouro da economia brasileira, que é o setor agropecuário”, criticou Caiado, que é ligado à bancada ruralista.


Em valores correntes, a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 4,403 trilhões e o PIB per capita somou R$ 22.402. Em 2011, o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) fora de 2,7%. O resultado foi o pior desde 2009, que havia registrado recuo de 0,3%. No quarto trimestre de 2012, o PIB variou 0,6%, segundo a pesquisa.

Caiado enfatizou que apresentará, nos próximos dias, requerimentos para tentar ouvir nas comissões permanentes da Câmara os ministros Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central). O parlamentar de Goiás prometeu protocolar os pedidos de convocação em todos os colegiados temáticos que tenham ligação com a economia, como a de Tributação e Finanças e de Fiscalização Financeira e Controle.

Líder do PT na Câmara, o deputado José Guimarães (CE) assegurou ao G1 que o seu partido não irá admitir a ida dos integrantes do primeiro escalão de Dilma à Câmara para satisfazer uma “pressão” da oposição. Segundo Guimarães, a legenda pode até vir a defender a convocação, desde que haja consenso entre os petistas.

“Os ministros têm de prestar esclarecimentos ao país, não ao Congresso. O governo sempre esteve à disposição para qualquer esclarecimento. O mais importante é que, mesmo com a divulgação do PIB de 0,9%, conseguimos gerar 1,3 milhão de empregos com carteira assinada e mantivemos a inflação sob controle”, defendeu o deputado do PT.

À frente do segundo maior partido da Câmara, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), classificou de “piada” a proposta do DEM de convocar os ministros econômicos para vir ao Congresso falar sobre os números do PIB. O peemedebista disse que a iniciativa não contará com o apoio do PMDB.

“É surreal, daqui a pouco vamos abrir CPI para investigar os números do PIB. Isso [os requerimentos de convocação dos ministros] é uma piada. É muito temerário fazer julgamento sobre se é pouco ou muito esse resultado. Antes, tem de ver onde ocorreu essa redução. Querer fazer política com número de PIB é um absurdo, é ridículo”, protestou Cunha.

Até o momento, a proposta do DEM ainda não encontrou coro nos outros partidos oposicionistas. PSDB e PPS, contudo, também criticaram duramente o resultado do produto interno bruto.

“O PT só tem um projeto de poder, não tem um projeto de país. Tanto é verdade que, dada a crise financeira mundial de 2008 e 2009, artificialmente se injetou dinheiro na economia brasileira para gerar crédito e consumo imediato, com o único objetivo de ganhar a eleição de 2010. O projeto deles [petistas] é meramente eleitoral, não tem consistência de médio e longo prazo”, disse o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

Em nota oficial, o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), disse que o “pífio” crescimento do PIB em 2012 comprova que o governo está “desnorteado” na condução da política econômica. Na avaliação do tucano, as medidas de estímulo adotadas pela presidente da República “não têm tido o efeito esperado para dinamizar os investimentos e a atividade econômica”.

“O crescimento pelo estímulo ao consumo das famílias já se esgotou e o governo é incapaz de desenvolver estratégias alternativas que criem condições estruturais para o desenvolvimento econômico do país. O mais grave é que, a despeito da economia praticamente estagnada, a inflação segue alta, afetando principalmente os brasileiros mais pobres”, escreveu Sampaio no texto.

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