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Governo do Peru pedirá anulação de decretos que causaram protestos

Folha Online

O governo peruano anunciou nesta segunda-feira que pedirá ao Congresso Nacional a anulação dos dois decretos que causaram os violentos protestos do dia 5 de junho, que deixaram ao menos 34 mortos em Bagua, no norte do país.

Os textos regulam o uso e a exploração dos recursos hídricos e naturais da floresta, incluindo gás natural, petróleo e madeira. Os grupos indígenas pedem sua anulação por alegarem que seu conteúdo é lesivo a eles e porque não respeitam os mecanismos de consulta legais.

O primeiro-ministro do Peru, Yehude Simon, que viajou para Junín, no centro do país, para uma negociação com povos indígenas, disse que seu governo pedirá nesta terça-feira ao Congresso a anulação definitiva dos decretos legislativos número 1090 e 1064, segundo a agência oficial de notícias Andina.

O chefe de governo peruano pediu "desculpas aos nativos se eles se sentiram agredidos por alguma ação do governo".

Além disso, Simon anunciou que nesta terça declarará estado de emergência em Bagua, outra das principais reivindicações dos indígenas para retomar as negociações.

O ministro de Ambiente, Antonio Brack, que participou do encontro, disse que "o governo cedeu em tudo o que podia", salientando que a elaboração das normas sobre a exploração de recursos naturais na Amazônia contará com a participação dos indígenas.

Na última quarta-feira (10), o Congresso suspendeu os dois polêmicos decretos, mas os movimentos indígenas não consideram suficiente e exigiram sua anulação definitiva.

Em Paris, a Federação Internacional de Direitos Humanos anunciou que enviará uma missão de urgência ao Peru por causa da gravidade dos protestos.
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