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Gurgel diz que sem poder de investigação do MP não haveria mensalão

Valor Online

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta segunda-feira que, se o Congresso tivesse aprovado a proposta de emenda constitucional que diz que o Ministério Público não pode fazer investigações complementares às policiais, não teria havido condenação no julgamento do mensalão. 'No caso da ação penal 470, houve trabalho competente da Polícia Federal, mas grande parte do que foi apurado foi em razão da atuação direta do MP. Sem que isso signifique crítica ao trabalho da Polícia Federal, mas o MP teve melhores condições para fazer o seu trabalho. Nós não teríamos a ação penal sem o trabalho do MP', avaliou o procurador-geral. Gurgel citou como exemplo a apuração sobre as transferências bancárias, que foi feita a partir de pedido de quebra de sigilo financeiro feito pelo MP. 'A espinha dorsal da ação penal 470 foi fruto do trabalho de investigação do MP', enfatizou. Segundo ele, a PF fez o seu trabalho no caso, mas o MP teve melhores condições de atuar, pois é independente, enquanto a polícia 'é submetida ao Executivo'. 'O certo é que o MP tomou a frente e foi uma investigação complexa que envolvia o partido do governo. Foi uma investigação não apenas do partido do governo, mas de algumas das personalidades mais influentes do governo.' Para Gurgel, é essencial que o Congresso não aprove a proposta de emenda e que seja mantido o poder de o Ministério Público fazer investigações criminais complementares ao trabalho da polícia.
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