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"Jean Charles" foca na vida de brasileiros em Londres

Folha Online

O filme "Jean Charles", que estreia no próximo dia 26, decepciona quem espera um relato acurado dos acontecimentos que levaram ao assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes em 22 de julho de 2005.

Uma ficção baseada em fatos reais, o filme aborda a comunidade brasileira de baixa renda em Londres e é dentro deste contexto aliado a uma neura anti-terrorismo que a morte de Jean Charles ocorre. "Jean Charles" será lançado nos cinemas com 160 cópias, equivalente à estreia de "Budapeste".

O brasileiro foi assassinado pela polícia britânica ao ser confundido com um terrorista no metrô de Londres dias após a cidade ter sofrido atentados (em 7 de julho de 2005), que deixaram 52 mortos e cerca de 700 feridos. Jean Charles não tinha nenhum envolvimento com grupos terroristas.

"Jean Charles" conta com uma mistura de atores e não-atores privilegiada, pois tem de um lado nomes como Selton Mello e o divertido Luís Miranda e do outro, pessoas como Patricia Armani, prima do verdadeiro Jean Charles.

"É um filme sobre um brasileiro, sobre um cara, sobre muitos caras", afirma o protagonista Selton Mello. "É um filme sobre a vida dele", disse ainda o ator.

O diretor, Henrique Goldman, que assina o roteiro ao lado de Marcelo Starobinas, disse que seu objetivo era focar a comunidade brasileira em geral. Ambos são brasileiros radicados no Reino Unido.

"Eu acho que tem brasileiros de todos os tipos. Veja bem, o Maurício é um playboy da Mooca", afirmou Goldman, em referência a Maurício Varlotta, que empregou Jean Charles por cinco anos e aparece no filme no papel dele mesmo.

"Sempre houve uma tentativa de retratar o mais próximo de como as pessoas falavam na rua. A gente circulou muito pela cena brasileira de Londres, muito restaurante, bar, discoteca Guanabara, salsa, tem todo um bairro, que é chamado de Little Brazil. Muitas coisas dessas pessoas a gente foi incorporando nas expressões", disse Starobinas.

Segundo os próprios roteiristas, o filme tem um lado documental, que é no momento da morte do brasileiro. Starobinas disse que chegou a ligar para a corregedoria para obter detalhes, pois havia o receio, segundo ele, de que alguma incorreção pudesse até gerar questões jurídicas.
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