O brasileiro está estudando mais. Um levantamento feito com base nos números do IBGE mostra que os jovens de classe média estudam mais tempo que os pais. A notícia é boa e tem reflexo direto no mercado de trabalho.

O avanço na escolaridade ajuda os jovens a conseguir melhores oportunidades de trabalho. Os pesquisadores dizem que cada ano de estudo representa 15% a mais no salário. Conscientes disso, as famílias investem na educação dos filhos.

O levantamento foi feito com base em dados do IBGE e foca as famílias com renda entre R$ 1.110 e R$ 3.875. A pesquisa diz que os jovens da classe média estudaram, no geral, 8,7 – 50% a mais que os pais deles. A maior escolaridade apareceu no Sudeste, e as piores no Norte e Nordeste.

O levantamento mostra que o avanço nos estudos ajudou os jovens a conseguirem oportunidades melhores de trabalho. Os filhos de famílias de classe média passaram a ocupar cargos que exigem mais qualificação e costumam ganhar mais que os pais.

“Cada ano de estudo impacta em 15% a mais no salário médio das pessoas. Então deixar o filho na escola deixou de ser visto apenas como uma decisão de vida e passou a ser visto como um investimento no futuro de toda a família”, afirma Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular.

Zélia Alves da Silva ficou viúva e criou os cinco filhos sozinha. Com o salário de doméstica ajudou o mais velho, Leandro, a pagar a faculdade de administração. “Quem tem estudo tem oportunidade, tem um emprego melhor, e eu não tive”, conta.

Leandro Alves era assistente administrativo. Depois que se formou foi promovido a gestor de recursos humanos. Agora ganha cinco vezes mais. “Sou muito feliz por isso, pelas oportunidades que eu tive, que a vida me deu e que eu pude alcançar perante o estudo”.

Segundo a pesquisa, na faixa de 45 a 64 anos, a ocupação mais comum é a de empregado doméstico. Já na geração seguinte, que inclui quem tem de 25 a 44 anos, a função mais encontrada é a de vendedor e atendente em lojas e mercados.