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'Achei que fosse zerar', diz estudante que pôs hino do Palmeiras no Enem

G1

Quando resolveu escrever o hino do Palmeiras na redação do Enem 2012, o estudante de medicina Fernando César Maioto Júnior, 21 anos, de São José do Rio Preto (SP), não esperava tanta repercussão do caso. Ele esperava que a brincadeira ficasse apenas entre os amigos e pensou que fosse tirar zero na redação. “Não esperava tanta repercussão. Esperava apenas em Rio Preto (cidade onde mora), com meus amigos. Mas depois começaram a me ligar e vi que estavam repercutindo em vários sites. Muitas pessoas duvidaram que eu tinha escrito o hino”, afirma.

Maioto fez a prova do Enem em novembro do ano passado, mas como já tinha conseguido uma vaga em uma faculdade de medicina em julho, meses antes do exame nacional, foi para a prova sem muitas pretensões. “Eu já tinha passado no vestibular que queria e fiz a prova sem muito preparo. Nos testes não fui bem, e achei que fosse zerar na redação. Quando vi a nota fiquei assustado. Vi várias pessoas que fizeram a redação corretamente e tiraram nota menor do que a minha”, diz.

O estudante tirou nota 500 na redação, sendo que o máximo era nota 1.000. O tema da redação era "Movimento imigratório para o Brasil no século 21".

A redação do estudante tem quatro parágrafos, e frases retiradas do hino oficial da Sociedade Esportiva Palmeiras aparecem em dois deles. Maioto começa a redação falando sobre a imigração no Brasil, quando no meio do parágrafo começa a escrever um trecho do hino do Palmeiras. "As capitais, praias e as maiores cidades são os alvos mais frequentas dos imigrantes, porque quanto surge o alviverde imponente no gramado onde a luta o aguarda, sabe bem o que vem pela frente e que a dureza do prélio não tarda." Em outra parte do texto, ele retorna ao hino do time paulista para finalizá-lo.

Como os amigos não acreditavam que ele teria colocado o hino na redação, ele resolveu colocar a redação nas redes sociais. “Foi aí que vi que o caso teve repercussão. Tive muitos comentários e até compartilhamentos na minha postagem. Não esperava que o caso chegaria tão longe”, diz.

Fernando afirma que já havia pensado em escrever o hino do time que torce meses antes da prova. Maioto fazia curso preparatório para vestibular e sempre ouvia dos amigos e professores que os estudantes escreviam coisas bizarras nas redações. “Ouvia que escreviam receita de bolo, outras coisas sem sentido na redação. Então combinei com meus amigos se eu passasse no vestibular antes, escreveria o hino do Palmeiras. Como passei, eles cobraram a aposta.”

O estudante vai terminar em julho o primeiro ano da faculdade de medicina. Sobre a avaliação e a correção do Enem, Maioto acredita que ainda existem muitas falhas e o sistema precisa ser revisto. “É muito falho o sistema. Em vários anos, tivemos problemas, como o roubo da prova, dentre outros casos. Em São Paulo, pelo menos onde fiz a prova, a segurança para a prova é maior, agora não sei em outros estados”, afirma.

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