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Notícias / Cidades

Elucidado assassinato de empresário dono de instituto

Assessoria/PJC-MT

Foi um roubo seguido de morte (latrocínio) praticado por uma quadrilha especializada em roubos de caminhonetes. Esta foi a conclusão das investigações do assassinato do empresário Raul Domingos Valle Monteiro, 46, conduzidas pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Judiciária Civil. O crime ocorreu em 1º de agosto de 2008, na cidade de Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Cuiabá). O veículo Pajero da vítima, era o alvo da quadrilha de cinco integrantes que acabou executando o empresário com dois tiros na cabeça.

Dez meses após a morte do empresário, a DHPP assumiu as investigações a pedido da Promotoria de Justiça da comarca de Chapada dos Guimarães. No inquérito, presidido pelo delegado titular da DHPP, Márcio Pieroni, foram identificados cinco envolvidos, dos quais quatro foram presos entre os dias 22 e 28 de maio passado, por mandados de prisão temporária (30 dias). Um dos presos responde o processo em liberdade por contribuir com as investigações.

Durante as investigações, foram presos Lindomar Sobrinho, cuja ficha de antecedentes criminais constam quatro homicídios. O acusado, preso em 22 de maio, confessou a participação na execução da vítima, na companhia de Maikson Campos Oliveira, 18, menor de idade à época do crime, e de Elton Marconi Monteiro Mayer, popular “Elton Maconha”, foragido da justiça com prisão temporária decretada. Este último é apontado como o executor dos disparos contra o empresário, alegando que o matou para não ser reconhecido.

Também estão presos João Venâncio Monteiro, agenciado de carros roubados e Valdir Caldeira da Silva, 41, o “Barba”, tido como o chefe da quadrilha e a pessoa que teria encomendado o roubo do veículo. Valdir havia sido preso em janeiro deste ano pela Polícia Civil por furto, receptação e formação de quadrilha. No celular do acusado, a polícia descobriu uma mensagem de um desconhecido, informando-o sobre duas caminhonetes Hilux, supostamente roubadas e já escondidas, solicitando providências a serem tomadas.

Na tarde desta terça-feira (16.06) três dos presos foram ouvidos pelo promotor de Justiça, Jaime Romaquelli, de Chapada dos Guimarães, que realizou uma nova acareação com os envolvidos para descobrir se o crime foi de mando. O Ministério Público ofereceu aos acusados o benefício da delação premiada, que não foi aceita. “A acareação foi pensada neste momento para dar mais uma oportunidade aos envolvidos”, disse o promotor.

Conforme o promotor, foi acrescida mais informações no caso que apenas contribuíram para confirmar a linha de investigação da polícia. “Se percebe que houve um excesso de ação que caracteriza o latrocínio com resultado morte”, destacou Romaquelli. O promotor disse ainda que os acusados serão denunciados pelos crimes cometidos. “Esse é o enquadramento que vai ser dado. O que aconteceu no processo é conhecido e se manterá”, afirmou.

De acordo com o delegado Márcio Pieroni, um detalhe chamou a atenção. A polícia passou a levantar porque um adolescente, residente em Várzea Grande, teria sido ouvido pela Delegacia de Chapada dos Guimarães, que investigava o caso na época. “O que nos intrigava era saber o porquê desse menor ser investigado, sendo morador de Várzea Grande e sem qualquer vínculo com a vítima, aparentemente”, disse.

Com a detenção provisória do menor, à época dos fatos, ele foi levado à Promotoria de Justiça de Chapada dos Guimarães e, em segredo de Justiça, contribuiu para a Polícia Civil desvendar uma poderosa quadrilha de roubo de caminhonetes. O menor foi, posteriormente colocado em liberdade, mas responderá pela sua participação no crime.

Os bandidos planejaram roubar o veículo Pajero, da vítima, que foi levada de sua residência, amarrada e colocada dentro do porta-malas da caminhonete com as mãos para trás. Após disparem dois tiros em sua cabeça, a vítima foi abandonada na localidade conhecida como a “Toca da Loba”. A quantia de R$ 3,5 mil da vítima foi levada pelos bandidos que supostamente se apavoraram e fugiram largando a caminhonete, jóias e um notebook dentro do veículo.

“Durante as acareações ficou bem definida a participação de todos os envolvidos citados neste crime, e mais, concretizando-se a formação de bando e quadrilha, além de comprovado seus íntimos laços de amizades e de ações criminosas em conjunto”, reforçou o delegado Márcio Pieroni.

Pieroni informou ainda que vai solicitar a prorrogação da prisão temporária dos acusados para mais algumas diligencias sejam realizadas e o caso concluído dentro do prazo de 30 dias. Conforme ele, os envolvidos serão indiciados por roubo seguido de morte (latrocínio), seqüestro e formação de quadrilhas, cujas penas somadas ultrapassam 40 anos de prisão.


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