O Hemolagos, principal banco de sangue da Região dos Lagos do Rio, em Cabo Frio vive uma das piores crises desde a sua criação. Há falta de recursos em diversos setores da unidade, além disso, com o material disponível atualmente no estoque é possível manter o abastecimento na região pelos próximos 20 dias, apenas. Por isso foi adotada uma política restritiva: o sangue coletado só é enviado em caso de urgência.

A crise no Hemolagos se arrasta há cerca de um ano e meio. Foi quando a instituição aumentou a estrutura e apenas com o dinheiro do repasse do SUS, não é possível pagar todos os gastos, que giram em torno de R$ 100 mil por mês. O Governo Federal liberada R$ 40 mil mensais.

Além disso, a máquina que faz a separação do sangue está parada há cerca de cinco meses, pois o banco não tem como pagar o conserto, avaliado em R$ 9 mil. Com isso, a separação que era feita em 15 minutos leva um dia inteiro e sangue demora mais para ser disponibilizado.

Outras duas máquinas que faziam a análise do sangue eram usadas em consignação, mas como o pagamento dos fornecedores está atrasado, os equipamentos foram levados embora. Desde a semana passada, os exames são feitos manualmente e demoram o dobro do tempo para ficarem prontos. Além dos problemas financeiros, existem ainda os estruturais. O prédio precisa de reparos em vários pontos, mas também não há recursos para isso.

A solução para os problemas financeiros seria contar com a ajuda das nove prefeituras que são atendidas pelo Hemolagos. Segundo as prefeituras de Iguaba Grande e Armação dos Búzios , as cidades são atendidas pela unidade mas não fazem parte do consórcio.

O presidente da Hemolagos, Roberto Pilar, disse que não há um contrato formal que estabeleça o percentual de ajuda que cada prefeitura deve dar, por isso todas as prefeituras não consideram que tem dívidas. Ainda de acordo com Roberto, para manter o banco de sangue, até o ano passado a Prefeitura de Cabo Frio complementava os valores pagos pelo SUS.