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'Não há riscos', diz autor do projeto da cobertura do Engenhão

Bom Dia Brasil

O consórcio responsável pela obra do Engenhão, estádio no Rio de Janeiro, revelou que durante a montagem da cobertura, há seis anos, a estrutura teve um deslocamento maior do que o previsto e, por isso, vem sendo avaliada desde então. Os engenheiros não sabem se o problema foi um erro no projeto ou na execução.

O Engenhão é monitorado desde que ficou pronto em 2007. A informação, só conhecida agora, é do Consórcio formado pelas empresas Odebrecht e OAS, que assumiu a construção do estádio depois que a Delta deixou a obra.

Uma situação inesperada aconteceu no fim da montagem da cobertura do Engenhão. No momento em que as escoras que sustentavam provisoriamente a cobertura foram retiradas, os arcos se deslocaram cerca de 50% mais do que o esperado.

“A partir de 2007, mesmo depois do Pan Americano, começamos um processo de intensa pesquisa e aprofundamento para entender que fenômeno era esse, quais as suas consequências e suas causas”, explica o engenheiro responsável pelo consórcio Marcos Vidigal.

O engenheiro Flavio Dalambert é o autor do projeto da cobertura do Engenhão. Ele também projetou as coberturas de dois estádios da Copa: o Castelão, em Fortaleza, e a Arena Pantanal, em Cuiabá.

Na época da inauguração do Engenhão, Dalambert assinou um laudo afirmando que as estruturas de aço estavam em condições de segurança. Em 2009, uma auditoria da empresa portuguesa Tal Projecto recomendou que o estádio fosse fechado na ocorrência de ventos acima de 115 quilômetros por hora.

O Consorcio Racional, liderado pela Delta Engenharia, que iniciou a execução do projeto do estádio, apresentou um novo laudo, em 2010. Nele, Dalambert reafirmou que não havia riscos e considerou a recomendação da empresa portuguesa desnecessária.

Diante das divergências, a empresa alemã foi contratada para fazer novos testes. Foi com base no laudo feito pela SBP que a prefeitura decidiu fechar o Engenhão. O documento alerta para riscos de desabamento da cobertura, na ocorrência de ventos de mais de 63 quilômetros por hora.

Flávio Dalambert diz agora que não está contra a interdição do estádio, mas nega a existência de erros. “Na minha opinião não existe risco, e se em qualquer momento eu tivesse percebido que havia risco, de qualquer risco que fosse, eu teria tomado uma atitude imediatamente”.

Para a prefeitura do Rio a prioridade é encontrar soluções para que o estádio seja reaberto com segurança. E só depois vai fazer uma investigação para descobrir quem são os responsáveis pelo erro e quem vai pagar a conta. “A gente vai tentar se debruçar em 30 dias no máximo para tentar dar uma solução”, declarou o presidente da RioUrbe, Armando Queiroga.

Com o fechamento do Engenhão, ficou decidido que os clássicos e as finais do campeonato carioca serão em Volta Redonda, no sul do estado do Rio.
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