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Polícia diz que motorista que atropelou ciclista e fugiu é médico

G1

O motorista, que dirigia o carro que atropelou um ciclista na noite segunda-feira (1º) e fugiu sem prestar socorro, em Curitiba, foi identificado como um médico de 54 anos. Ele prestou depoimento na Delegacia de Delitos de Trânsito nesta sexta-feira (5) e, de acordo com a polícia, alegou não ter visto a vítima no chão e por isso foi embora.

O acidente ocorreu no bairro Alto da XV. Imagens de câmeras de segurança mostram que, após o atropelamento, o condutor para o carro a cerca de 30 metros do local do acidente, olha a vítima e vai embora sem prestar socorro. O ciclista tem 32 anos e trabalha como garçom.

“O que causa desconforto nas pessoas que você conversa é um médico, que tem por função socorrer as pessoas, preservar vidas, mandar uma pessoa para o hospital e ir embora”, disse o delegado Armando Braga.

Segundo ele, o médico, que é ginecologista, alegou que o ciclista estava em uma área de sombra. Ainda conforme o delegado, o médico disse que com a batida o parabrisa se rompeu e partículas de vidro foram projetadas para o rosto dele, dificultando a visibilidade. “Ele disse que não havia bebido e que depois seguiu direto para a casa”, contou o delegado.

O médico não se apresentou à polícia. Ele foi identificado pelos investigadores que, primeiramente, localizaram o veículo. O carro, um sedã de luxo, estava dentro da garagem do condomínio onde o médico reside coberto por uma capa.

O carro foi apreendido e o procedimento será encaminhado para o Departamento de Trânsito (Detran) para que seja analisada a necessidade de se instaurar um processo administrativo de suspensão ou cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A partir de agora, explicou o delegado Braga, o médico deve responder por agressão corporal com omissão de socorro. A pena prevista para estes casos é de seis meses a dois anos de prisão, com o agravante de omissão de socorro que pode aumentar a punição.

A mãe de Rafael, Maria Oliveira, ficou ainda mais indignada ao saber que a pessoa que dirigia o caro era um médico. “Eu queria ver esse homem, o que ele fez com o juramento de salvar a vida. Antes de ele ser ginecologista, ele é médico. Já é errado fugir, um médico, então”, desabafou a mãe. “Da minha parte ele não merece consideração. Eu não faria com um estranho o que ele fez com o meu filho, deixar ele jogado na rua”.

O estado de saúde de Rafael, ainda que tenha apresentado melhoras, ainda é de risco. Ele segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, de acordo com a mãe, por causa da medicação para dor, dorme a maior parte do tempo.
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