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Leonardo vê reconstrução do PSG: 'Voltaram a vestir a camisa do time'

Globo Esporte

Em 20 meses de trabalho no Paris Saint-Germain, Leonardo colocou o time entre os oito maiores da Europa, caindo apenas diante do Barcelona, após dois empates (2 a 2 na França, e 1 a 1 na Espanha). O dinheiro injetado pelo dono do clube, o principe do Catar Nasser Al-Khelaifi, ajudou, e muito, nessa reconstrução, mas a presença do brasileiro na montagem do elenco e gestão do mesmo tem papel de destaque. Apesar disso, o ex-lateral da Seleção acredita que formar a equipe é mais fácil que recolocar o PSG no cotidiano do torcedor francês e reconhece que a estrutura Rouge et Bleu tem lá seus problemas.

- Nunca menti a ninguém, nunca disse que aqui é o paraíso, talvez tenha prometido a Torre Eiffel a algum jogador, mas a parte mais fácil foi mesmo convencer os jogadores e as famílias a se mudarem para Paris. Paris é Paris, mesmo que a França ainda não esteja pronta para o PSG. Hoje, os meninos de Paris voltaram a vestir a camisa do PSG. Os ídolos das crianças estão no PSG, até o filho do presidente do Saint-Etienne é torcedor do PSG

Amigos de longa data, Leonardo divide com o treinador Carlo Ancelotti os louros de um trabalho que está prestes a conquistar os primeiros títulos importantes, o Campeonato Francês e a Copa da França. O dirigente lembra que poucos clubes europeus têm “bala na agulha” para contar com um técnico de renome como o italiano, e espera que ele fique à frente do time por mais algumas temporadas, apesar das investidas do Real Madrid.

- Carlo Ancelotti é fundamental no nosso projeto. Agora, queremos vencer o Campeonato e a Copa da França e depois pensar no futuro. Neste momento há só quatro ou cinco clubes na Europa que podem sonhar com Ancelotti, existe algum risco de ele ceder à tentação, mas prefiro acreditar que vamos construir o futuro com ele.

Promessa de grandes reforços no PSG

Depois de uma boa campanha na Liga dos Campeões desta temporada, o torcedor parisiense aguarda um desempenho superior no próximo ano. Para atingir as expectativas dos fãs, Leo já observa o mercado de jogadores e projeta reforços que venham de dois dos grandes centros atuais do futebol: Espanha e Inglaterra. Porém, descarta contratações de nomes badalados e grandes craques como Rooney , Cavani e CR7.
Vamos comprar grandes jogadores se houver grandes oportunidades. Quero um grupo completo"
Leonardo, diretor do PSG

- Tantos jogadores hoje aspiram jogar no PSG, quase como o Real Madrid, Milan, Barcelona ou Bayern. Nunca fizemos nenhuma oferta ao Cristiano Ronaldo e nunca falei com o Rooney ou com o Cavani. Vamos comprar grandes jogadores se houver grandes oportunidades. Mas, temos a certeza de que vamos reforçar o nosso time. Quero um grupo que seja completo em todas as posições. Poderemos pescar em Espanha e em Inglaterra.

O aumento da identificação do povo francês com o time da capital já foi sentido através de uma pesquisa do jornal “L’Equipe”, no entanto, o PSG ainda busca outras formas de aumentar a sua base de apoio. Uma das possibilidades é a contratação de um ídolo da seleção da França. Entre os principais favoritos para o posto estão: Ribery, Nasri, Cabaye e Benzema.

- Eu gosto da ideia de ter um ídolo francês no time, não digo Benzema, mas talvez Nasri, Ribery ou Cabaye... Não sei se será possível, nunca tive contato com nenhum deles.

Fim da relação com o Milan e possível volta ao Brasil

Sobre o ex-time, pelo qual atuou como jogador, dirigente e técnico, Leonardo é direto e afirma que não volta de maneira alguma para o Milan enquanto Berlusconi estiver no comando do clube.

- Ao Milan não vou voltar, porque briguei com Berlusconi. O clube ideal seria aquele que tem Moratti como presidente e Galliani como dirigente. Com o presidente Moratti falo sempre, mas não significa que voltarei ao Internazionale.
Leonardo abre os braços (Foto: Reuters)Leonardo trabalhou no Milan, onde brigou com o presidente Berlusconi (Foto: Reuters)

Distante do Brasil desde 2002, quando deixou o Flamengo, ainda como jogador, para defender os rossoneri, o atual diretor esportivo do PSG não descarta um retorno, mas admite que o longo tempo distante da terra natal pode atrapalhar, mas afirma que poderia ajudar a resolver alguns problemas que enxerga na organização da Copa do Mundo em 2014.

- Tenho saudade do Brasil. Sou 100% brasileiro e vejo algumas dificuldades na organização do mundial. Mas eu estou fora há anos, por isso há tantas coisas que desconheço.

Assim como parte da crítica, Leonardo acredita que o crescimento de Neymar como jogador depende diretamente com a sua opção por ir ou não para a Europa. Entretanto, ele vê o jogador do Santos como um talento nato e de grande potencial.

- O bom “toureiro”. É daqueles que se livra do marcador logo na primeira "encornada" (investida). O Neymar devia vir para a Europa e enfrentar os melhores do futebol mundial.

O longo período na Itália, onde passou grande parte destes últimos anos, fazem da Velha Bota uma segunda casa para o brasileiro. Apesar de sentir falta da comida italiana e estar de casamento marcado para daqui a cinco meses, Leo afirma que ama mesmo o Brasil

- Sinto falta da "pasta italiana". Em setembro me casarei em Milão com a minha companheira (jornalista italiana) Anna. Adoro estar na Itália, mas sou brasileiro e torço pelo Brasil.
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