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Casos de dengue em grávidas mais que dobram no estado do Rio

Agência Brasil

Casos de grávidas com dengue no estado do Rio mais do que dobraram entre janeiro e o início de abril na comparação com mesmo período de 2012. A Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria Estadual de Saúde alertou nesta terça-feira (16) que nas 14 primeiras semanas do ano foram notificados casos de dengue em 358 gestantes. Em igual período do ano passado, foram 164 notificações da doença.

A maioria das pacientes mora nas regiões norte e noroeste fluminense, baixada litorânea, Médio Paraíba e centro-sul fluminense, locais onde há maior transmissão de dengue no estado.

O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental, Alexandre Chieppe, explicou que as gestantes estão recebendo atendimento prioritário. “É preciso uma atenção bem maior a pequenos sinais, como febre, dor no corpo, nos olhos. O exame de sangue, o hemograma, já se torna obrigatório, a avaliação é mais detalhada e o retorno para a reavaliação deve ser diário. Os cuidados por parte dos profissionais de saúde também devem ser mais detalhados”, explicou.

Chieppe ressaltou que é preciso que os médicos devem considerar as particularidades do período de gestação, que podem encobrir sintomas da doença, como anemia, que pode dificultar a avaliação clínica da dengue, e aumento de líquido nos vasos sanguíneos. A hidratação, principal tratamento da dengue, torna-se ainda mais fundamental para as grávidas, que retêm mais líquidos que o habitual e os sinais de desidratação podem ser encobertos. A reposição intravenosa de líquidos, porém, deve ser cautelosa para não haver hiper-hidratação, quando não há tempo de o organismo expelir o excesso.

Nos primeiros meses de gestação, a dengue pode causar má formação do bebê ou aborto. Além disso, há chances de a mãe passar a doença para o recém-nascido, embora seja incomum. Como nem sempre sintomas são evidentes, é preciso atenção extra - pois a dengue se manifesta de forma semelhante a outras doenças virais.

O aumento nos casos entre grávidas ainda não tem explicação, segundo Chieppe. “Até porque é o mesmo vírus que está circulando e precisamos aprofundar essa avaliação”.

Em todo o ano de 2012, foram registrados 490 casos de dengue em grávidas. Em 2011, foram 747 casos e uma morte, contra 272 casos e nenhuma morte em 2010.

Eliminar locais com água parada é a forma mais eficiente de combater os focos do mosquito da dengue, como jogar fora a água acumulada em vasos de plantas, cobrir caixas d´água ou colocar telas em janelas. O uso de repelentes também pode ajudar a evitar a picada do mosquito.
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