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Com cortes no orçamento, oficial da Nasa coloca missões na Lua em dúvida

NewScientist

John Shannon, gerente da Nasa (agência espacial dos EUA) para naves espaciais, coloca em dúvida a capacidade do órgão de cumprir a meta de fazer missões tripuladas na Lua até 2020. Isso porque a agência está sofrendo com cortes de verba e encontra dificuldades para construir a nova geração de veículos que vão transportar os astronautas para o satélite.

Shannon fez as afirmações durante apresentação realizada em Washington para um comitê que analisa os planos da Nasa de voltar à Lua, conforme determinou um projeto de exploração lançado em 2004 pelo ex-presidente George W. Bush.

Segundo ele, as naves do programa Constellation, que vão substituir os atuais ônibus espaciais, são "bem pensadas", mas a agência não tem dinheiro suficiente para torná-las realidade.

"O programa Constellation tem que funcionar com uma arquitetura viável, mas não tem sido financiado apropriadamente --não tem sido financiado em um nível que permita que ele se torne realidade", disse. "O orçamento previsto pela Nasa basicamente eliminou o programa lunar."

E no começo de junho a Comissão de Orçamento da Câmara dos Estados Unidos cortou US$ 670 milhões do programa de exploração da Nasa, em que está incluso o programa Constellation --uma queda de 17% no orçamento de US$ 3,39 bilhões previsto anteriormente.

Mudança de planos

A falta de dinheiro e tempo já fez com que a Nasa fizesse mudanças no programa de exploração lunar. A agência decidiu reduzir a capacidade de transportar astronautas de suas novas naves espaciais, projetadas para cumprir missões na ISS (Estação Espacial Internacional, em inglês) e na Lua.

Antes o projeto era preparar dois tipos de naves, chamadas Orion: uma com seis pessoas, para levar astronautas à ISS, e outro com quatro lugares, a ser utilizada em missões na Lua. Agora vai ficar só a de quatro lugares.

A atual frota de ônibus espaciais, que tem Discovery e Endeavour, por exemplo, comporta sete astronautas, mas será aposentada em 2010.

Com a medida, a Nasa espera diminuir o tempo e o dinheiro necessários para desenvolver, construir e certificar duas naves diferentes ao mesmo tempo.

O design da Orion se baseou na nave Apollo, que levou os primeiros homens a pisar na Lua, em 1969. Mas a nova nave é muito maior e mais segura, segundo a agência. O novo modelo prevê que o retorno à Terra seja feito também da forma disponível antes do advento dos ônibus espaciais, por meio de paraquedas.
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