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'Melhor que Messi', Sergio Maravilla luta em estádio para 40 mil argentinos

Globo Esporte

Um estádio de futebol lotado para ver o maior atleta argentino da atualidade. E a estrela em questão está longe de vestir chuteiras, camisa 10 e fazer gols. Trata-se de Sergio Martínez, boxeador e ídolo local que fará história neste sábado, quando lutará diante do britânico Martin Murray, diante de 40 mil pessoas no estádio José Amalfitani, do Veléz Sarsfield, em Buenos Aires.

O apelido que carrega entre seu nome e sobrenome diz muito sobre a forma como é tratado pelos fãs. Sergio 'Maravilla' Martínez é campeão mundial dos pesos-médios do Conselho Mundial de Boxe e, no fim do ano passado, superou Messi em uma votação que elegeu o maior nome do esporte argentino em 2012. Não teve para ninguém. Nem mesmo o único medalhista de ouro da Argentina nos Jogos Olímpicos de Londres, Sebastian Crismanich, do taekwondo. Aos 38 anos, Martínez já é reconhecido, mas prefere o discurso humilde.


Sergio Martinez encara Martin Murray: os dois vestem a camisa de suas seleções (Foto: AFP)
- Mesmo ficando muito feliz, acho que Messi é de outro planeta. É impossível ser melhor do que ele. Agradeço muito que meu povo me veja desta forma, mas Messi é Messi - disse, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.

A luta de Martínez em Buenos Aires tem uma pitada extra de rivalidade. Argentinos e britânicos cultivam uma rivalidade histórica, tanto no futebol quanto na política. Em 1986, a Guerra das Malvinas ainda estava recente na memória dos hermanos, que perderam mais de 600 soldados nos conflitos. Na Copa do México daquele ano, Diego Maradona liderou sua seleção na vitória pelas quartas de final diante da Inglaterra, quando fez o lendário gol com a 'mão de Deus'.

- Não quero que o combate se torne algo político. É um esporte, vamos deixar assim. Argentina e Inglaterra sempre tiveram muita rivalidade no futebol, mas sou conhecido também pelos ingleses e eles estão ansiosos para me ver lutar contra um atleta de lá - ponderou o boxeador.

O britânico Martin Murray, de 30 anos, chega invicto ao combate de Buenos Aires, com 25 vitórias (11 por nocaute). Através da imprensa, ele já mostrou confiança de que calará o estádio e frustará a festa dos ''hermanos''.

- É o trabalho dele. Fiz o mesmo quando lutei no Reino Unido e nos Estados Unidos. É assim que tem que agir o boxeador visitante - disse o Maravilla.

O boxe é um esporte consagrado na Argentina. A modalidade tem grandes representantes no país desde Nicolino Locche, campeão nos anos 60. A expectativa com o megaevento deste mês, no entanto, é fortalecer ainda mais o espaço do pugilismo no país. Radicado na Espanha, Maravilla não luta em sua terra natal desde 2002, quando venceu seu compatriota Francisco Mora.

- O boxe sempre foi muito popular na Argentina. Temos um monte de shows todos os fins de semana, com ginásios cheios. Acho que agora, com a expectativa que está sendo criada em meu combate contra Murray, estamos criando uma semente para continuar tendo grandes campeões - disse Martínez.
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