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Médicos infectologistas explicam complicações da 'gripe A'

G1

A jovem de 19 anos que foi constatada como a primeira vítima na Baixada Santista da gripe "A", provocada pelo vírus H1N1, segue internada no Hospital Ana Costa em Santos, no litoral de São Paulo. A paciente, que mora em Guarujá, estava grávida. O médico que atendeu a jovem falou sobre o estado de saúde da paciente.

Segundo parentes e amigos, a jovem começou a ter os primeiros sintomas da gripe no começo do mês. No fim de semana do dia 13 de abril, os sintomas se agravaram e a paciente foi a um hospital em Guarujá, onde foi medicada e liberada. No dia seguinte, ficou ainda pior e procurou o hospital Ana Costa em Santos. A mulher, que não teve o nome divulgado, realizou exames e ficou internada.

O médico infectologista Evaldo Stanislau atendeu a jovem. “A paciente foi admitida com o quadro pneumônico. Ela teve uma pneumonia com uma evolução não favorável, e de imediato foi feita hipótese que poderia se tratar de uma infecção por influenza, considerando que gestantes são pacientes de maior risco para infecção grave por influenza. A partir desse momento manteve-se o tratamento com antibiótico e associou-se terapia antiviral”, explica o médico.

Ainda de acordo com Stanislau, a doença pode ter outras complicações. “Toda doença infecciosa pode ter complicações vasculares, e nesse caso, a gente não sabe dizer se ela já tinha uma doença neurológica prévia. Entretanto, o mais provável, a ser confirmado por outros exames, é que ela tenha desenvolvido uma vasculite, uma inflamação do vaso, e nesse ponto de inflamação um sangramento, que é o que acarreta a gravidade atual do quatro”, completa o médico.

A jovem estava grávida de seis meses, e por causa das complicações passou por uma cesariana de emergência na última segunda-feira (22). O primeiro filho da paciente, um menino de pouco mais de um quilo, está na UTI Neonatal do Hospital Ana Costa, e a única preocupação dos médicos é em relação a prematuridade do bebê.

Segundo o médico infectologista Hermano de Matos, o vírus pode ser agressivo, mas não mudou em relação ao surto de 2009. "A variante H1N1 tem se mostrado uma variante viral mais agressiva, causando, em algumas pessoas, doenças respiratórias agudas graves. O vírus não mudou neste período. Nós tivemos a primeira onda da doença em 2009, esperava-se uma segunda onda para 2010 que não aconteceu, e agora nós estamos vendo alguns casos esporádicos da doença”, conta o médico.

Ele explica que o vírus age de forma diferente em cada paciente. “É um vírus respiratório. Ele pode provocar uma pneumonia grave, promovendo graves insuficiências respiratórias, necessidades de suporte ventilatório em alguns pacientes. Outros pacientes podem ter a doença com poucos sintomas, até sem necessidade de tratamentos”, finaliza.
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