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Notícias / Agronegócios

Famato faz reunião para discutir crise nos frigoríficos

Da Redação TA/AA

Amanhã ( 06 ), a diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) começa uma série de reuniões com pecuaristas do Estado para discutir a crise no setor frigorífico. A medida foi tomada depois do anúncio de paralisação das atividades de abates e desossa das unidades do Frigorífico Independência e do Grupo Arantes Alimentos no Estado.

As reuniões serão feitas com produtores nas cidades-pólo onde há a base das unidades frigoríficas, com o propósito de sanar as dúvidas dos muitos pecuaristas que têm procurado a Famato em busca de informações e orientações que devem ser tomadas neste momento.
O presidente da Famato, Rui Pado, disse que o órgão está bastante preocupado com a situação dos frigoríficos no Estado. “Por isso vamos nos reunir com eles (pecuaristas) para explicar o que está acontecendo e esclarecer as complicações judiciais do que pode ocorrer”, disse.  A diretoria da Famato vai se reunir com pecuaristas dos municípios de Juína e Pontes e Lacerda que foram atingidos com a suspensão das atividades.

As plantas do Frigorífico Independência que foram fechadas estão localizadas, além de Juína e Pontes de Lacerda, nos municípios de Colíder, Confresa e Nova Xavantina, e ofereciam suporte ao abate de cerca de 4 mil cabeças diariamente. No início desta semana , a empresa protocolou na justiça um pedido de recuperação judicial..

A notícia já mexeu com o mercado do boi gordo. Na região Centro-Oeste a arroba se desvalorizou em praticamente todos os Estados, mediante aumento da oferta de animais terminados e especulações em torno da notícia. Em Mato Grosso, queda de R$1,00/@ no Sudoeste do Estado, onde a arroba é cotada em R$68,00, a prazo, para descontar o imposto. No entanto, foram poucos os negócios fechados na segunda-feira.

Caso o frigorífico Independência ganhe na Justiça parecer favorável à decisão, a empresa fica imune de qualquer ação que seja impetrada contra ela. “Caso isso aconteça, o pecuarista terá o prazo de 15 dias para fazer a habilitação do seu crédito, ou seja, levar a juízo o valor que tem a receber. Dependendo do caso, isso pode levar alguns anos para ser arrolado”, explicou a assessora jurídica da Famato, Elisete Araújo, que pede aos pecuaristas atenção quanto à questão judicial da empresa.

Os pecuaristas também precisam de muita cautela na comercialização dos animais, pois nos momentos de crise as especulações aumentam muito no mercado, e as pressões reduzem o preço e podem trazer prejuízos aos pecuaristas. O diretor-tesoureiro da Famato, Eduardo Alves Ferreira, alerta os pecuaristas para que não façam compromissos antes de receber dos frigoríficos.

Segundo um gerente regional do grupo que não quis ter o nome revelado, a diretoria orientou pela devolução e a suspensão dos embarques dos animais que estavam nos currais dos frigoríficos. O gerente disse que está aguardando o parecer da diretoria do grupo para as quais providências devem ser tomadas. Mas a expectativa é que o grupo volte à atividade dentro de alguns dias.

A Famato enviou uma nota técnica aos pecuaristas fazendo um alerta sobre a crise. Disse que ela afetou a todos os segmentos e empresas, mesmo aquelas com tradição e histórico de boa gestão. Divulgou que não existem, de forma oficial, medidas concretas do governo que possam conferir segurança às operações de compra e venda no setor. A nota alerta para que os pecuaristas segurem o plantel por mais tempo no pasto e vendam somente a quantidade estritamente necessária, preferencialmente à vista

A federação está encaminhando proposta ao Ministério da Agricultura, na forma de um conjunto de medidas técnicas, políticas e comerciais, que irão auxiliar no processo de recuperação econômica do setor no médio prazo.
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