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Notícias / Ciência & Saúde

'Cometa do século' pode criar chuva de meteoros ao passar pela Terra

Terra

O cometa Ison, que deve iluminar o céu da Terra até 2014 e poderá ser, devido ao seu brilho, o "cometa do século", pode criar uma incomum chuva de meteoros, de acordo com cientistas. Quando passar próximo à Terra neste ano, em novembro, é possível que a poeira deixada pela cauda do cometa crie uma estranha chuva quando o planeta receber o fluxo de minúsculas partículas que faziam parte do cometa.

"Em vez de queimar em um flash de luz, elas (as partículas) vão se mover suavemente para a Terra abaixo", afirmou em um comunicado o cientista especializado em meteoros Paul Wiegert, da University of Western Ontario.

As partículas de poeira vão viajar à velocidade de 201.168 km/h, porém assim que atingirem a atmosfera terrestre vão desacelerar até parar, apontam os modelos computacionais utilizados por Wiegert. Por conta disso, observadores provavelmente não poderão ver os meteoros enquanto eles passam pela atmosfera do planeta em janeiro de 2014, acredita o pesquisador.

O cometa Ison poderá brilhar tão intensamente quanto a Lua Cheia quando passar no ponto mais próximo ao Sol de sua trajetória. Acredita-se que o corpo celeste poderá ser visto a olho nu com um brilho intenso na Terra, quem sabe até mesmo durante o dia. O cometa não traz qualquer ameaça à vida na Terra, de acordo com a Nasa (agência espacial americana).

[O meteorito que atingiu a Rússia em 15 de fevereiro de 2013 provocou pânico e deixou quase mil feridos. A enorme pedra, contudo, não é a primeira a provocar destruição no nosso planeta - e nem de longe é a maior. Veja a seguir 10 asteroides e meteoritos que abalaram o planeta.
O asteroide que originou a Lua
Com dimensões do tamanho de Marte, provavelmente o maior asteroide a atingir a Terra foi Theia, ainda na fase de formação de nosso planeta, há 4 bilhões de anos. Theia seria, na verdade, um planetoide. De acordo com Ducati, a colisão teria originado a Lua, por desprendimento de parte da massa da Terra. Esta teoria é relativamente recente, mas está sendo bem aceita pelos especialistas, afirma. Esse cenário é chamado de teoria do impacto gigante..
O asteroide que exterminou os dinossauros
México Há 65 milhões de anos, um asteroide com cerca de 10 quilômetros de diâmetro atingiu a Terra e dizimou quase todas as espécies de dinossauros. Conforme a astrônoma Daniela, esse fato marca a última grande extinção em massa, que aconteceu na passagem do Cretáceo para o Terciário (K/T). A teoria de que os dinossauros foram extintos pelo impacto de um asteroide é corroborada por uma abundância anômala de lítio (raro na crosta terrestre, mas comum no espaço) nos sedimentos na época do K/T e pela descoberta de uma cratera de impacto cuja idade estimada é exatamente 65 milhões de anos, justifica. A Cratera de Chicxulub está situada na Península do Yucatán, no México, possui 180 quilômetros de diâmetro e é a terceira maior do mundo..
O asteroide que originou a maior e mais antiga cratera
África do Sul Localizada na África do Sul, a Cratera Vredefort deve ter sido resultado de um dos maiores asteroides a impactar a Terra, além de Theia. Com 300 quilômetros de diâmetro, Vredefort é considerada, oficialmente, a maior e mais antiga cratera de impacto do nosso planeta. Porém o tamanho original do Domo de Vredefort pode ter chegado a 380 quilômetros de diâmetro. O impacto aconteceu há 2 bilhões de anos, durante a era Paleoproterozóica. Estima-se que o asteroide que originou a cratera tivesse entre 6 e 10 quilômetros de diâmetro, e teria atingido a Terra com uma velocidade de 40 a 250 mil km/h..
O asteroide que causou o maior impacto na história humana
Sibéria O evento Tunguska, ocorrido em 30 de junho de 1908, na Sibéria, é considerado o maior impacto conhecido de um asteroide de tamanho considerável na história humana. Com 40 metros de diâmetro, o bólido espacial causou uma grande explosão que destruiu uma floresta de 2 mil quilômetros quadrados, com cerca de 80 mil árvores. A cidade de São Paulo, por exemplo, tem 1,5 mil quilômetros quadrados. A queda liberou uma energia superior à da bomba de Hiroshima..

O asteroide que formou a segunda maior cratera do mundo - Canadá
Estima-se que um asteroide com mais de 10 quilômetros que atingiu a Terra há 1,8 bilhões de anos, durante a era Paleoproterozóica, deu origem à Cratera Sudbury, em Ontário, Canadá. O impacto teria sido tão intenso, que os restos se espalharam sobre uma área de 1.600.000 quilômetros quadrados em torno do ponto de impacto. Fragmentos de rocha foram encontrados a mais de 800 quilômetros de distância, em Minnesota. A cratera possui 250 quilômetros de diâmetro e ocupa a vice-liderança no ranking de maiores crateras, além de ser uma das mais antigas. A Bacia Sudbury fica próxima de outras estruturas geológicas e, em sua cratera, repleta de magma, é possível encontrar níquel, cobre, platina, paládio e ouro.
O asteroide que formou a cratera mais bem preservada - Arizona (EUA)
A Cratera de Barringer, também conhecida como Cratera do Meteoro, data de 50 mil anos atrás, e está localizada ao norte do Arizona, EUA. Cientistas acreditam que ela tenha sido formada por um meteorito de aproximadamente 50 metros, que atingiu a Terra em uma velocidade de 45 mil km/h e produziu uma explosão de 10 megatons. A cratera possui 1,2 quilômetros de diâmetro e 200 metros de profundidade. A cratera de impacto de tamanho considerável mais recente, e mais bem preservada, é a Cratera de Barringer, relata Daniela..

O asteroide que formou a segunda maior cratera no Canadá
Há 215 milhões de anos, no período Triássico, um objeto com cerca de 5 quilômetros de diâmetro impactou a Terra e originou a Cratera de Manicouagan, a segunda maior do Canadá, com 100 quilômetros de diâmetro. Esta cratera de impacto formou o atual Lago Manicouagan, também conhecido como O olho de Quebec. Mesmo com a erosão, a Cratera de Manicouagan é uma das mais bem preservadas da Terra. Ela pode estar associada a um evento multi-impacto, que teria sido o responsável pela extinção de répteis no período Carniano..]
O asteroide que formou dois lagos simultaneamente - Canadá
Neste caso, os bólidos espaciais fomentaram o turismo. Dois lagos circulares, chamados de Clearwater Lakes, no Quebec, Canadá, foram formados simultaneamente pelo impacto de um asteroide que caiu na Terra cerca de 290 milhões de anos atrás. Acredita-se que as crateras de 36 quilômetros de diâmetro, a oeste, e 26quilômetros, ao leste, são consequência de dois asteroides enormes, com 22 e 16 quilômetross de diâmetro, respectivamente. Também há teorias de que o duplo impacto pode ter sido causado pelas pequenas luas do asteroide ou por sua divisão em dois ao adentrar a atmosfera terrestre. Hoje esses lagos são um importante destino turístico em virtude do grande número de ilhas e de suas águas claras..

Descoberta
O Ison foi descoberto pelos astrônomos russos Vitali Nevski e Artyom Novichonok em setembro de 2012. O nome dado foi o da instituição na qual os dois trabalham, a International Scientific Optical Network.

No dia 28 de novembro, ele deve chegar a uma distância não muito maior do que um milhão de quilômetros da superfície da estrela.​

Se o cometa sobreviver a esta passagem, deve se afastar do Sol ainda mais brilhante do que antes e poderá iluminar os céus da Terra em janeiro de 2014.

No entanto, cometas são imprevisíveis, e o Ison poderá se desintegrar durante a passagem nas proximidades do Sol.
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