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Carrasco do Barça, Robben busca título inédito antes de possível adeus

Globo Esporte

No Camp Nou, Arjen Robben teve a sua vingança frente a David Villa. O espanhol foi o "9" oficial da Espanha, que na final da Copa do Mundo em 2010 derrotou a seleção holandesa, liderada pelo atacante do Bayern de Munique. Nos 180 minutos do duelo entre Robben e Villa nas semifinais da Liga dos Campeões, o holandês marcou dois gols, contra zero do espanhol. E o camisa 10 dos bávaros ainda entrou para a restrita lista composta por quatro jogadores que anotaram contra Barcelona no jogo de ida e de volta da Champions.

O gol em especial da última quarta-feira, no Camp Nou - numa jogada típica de Robben, que só o Barcelona ainda não captou - arruinou definitivamente com a pequena esperança culé e selou a classificação do Bayern de Munique para a final da principal competição do continente. Pela terceira vez, ele terá a oportunidade de levantar um troféu que escapou pelas mãos nas edições anteriores - em 2012, Robben foi um dos personagens ao perder um pênalti na prorrogação e ver o Chelsea virar na disputa da marca da cal para se sagrar campeão. Tudo isso num clima de provável adeus antes da chegada de Pep Guardiola.

Finais 'malditas'

Um ano antes de perder o título mundial com a seleção holandesa na África do Sul, o atacante havia perdido a final da Liga dos Campeões contra o Internazionale de José Mourinho. No ano passado, como já mencionado, o holandês acrescentou mais uma derrota ao seu currículo, talvez a mais doída delas, na Allianz Arena, em Munique.

- O Robben quer muito ganhar essa final como todos nós. Ele é um jogador muito determinado e entra sempre em campo para vencer - disse o zagueiro Dante, companheiro de equipe do holandês.

Todos querem vencer a final, mas Robben é quem tem mais motivos do para desejar essa "maldita" Copa. O holandês teve passagens por grandes clubes europeus como Chelsea e Real Madrid sem nunca, porém, vencer qualquer título internacional. No final da temporada, vencendo ou perdendo diante do Borussia Dortmund, no dia 25 de maio, em Wembley, Robben deverá deixar o Bayern de Munique. Uma oportunidade que desta vez o holandês não pode desperdiçar, mas se sente ansioso.

- Faltam ainda muitos dias para falar da final frente ao Dortmund, mas está claro que chegamos a essa fase concentrados e convencidos de que este ano venceremos o título. Melhoramos muito e temos muito talento para vencer a Liga dos Campeões - afirmou o holandês, muito elogiado por outro brasileiro.

- Qualquer time do mundo gostaria de ter um jogador com o Robben, ele é fantástico - comentou o volante Luiz Gustavo.

No entanto, a imprensa alemã não está convencida de que Guardiola queira Robben no time no próximo ano. O holandês tem contrato até 2016 e já declarou várias vezes o seu amor a Munique. Ele também tem o carinho da torcida, mas pode deixar a cidade se não fizer parte do novo projeto de Guardiola, segundo o jornalista Jörg Althoff, do diárdio "Bild".

- O Robben revelou que gostaria de ficar em Munique. No último verão, a esposa dele, Bernardien, disse que não queria de jeito algum deixar a cidade. Esse ano, ele pode mesmo sair, caso o Guardiola não tenha intenção de escalá-lo frequentemente como titular. O Juventus está muito interessado, o Internazionale e o Galatasaray também sondaram o jogador - garantiu Althoff.

Guardiola x Robben

Quarta, no Camp Nou, Robben desperdiçou duas ocasiões claras de gol no primeiro tempo por excessivo egoísmo. O holandês marcou o gol que selou a semifinal, é bem verdade, mas também perdeu 14 bolas, contra sete de Villa, por exemplo, que pouco se viu em campo. Para a imprensa espanhola, o casmisa 10 foi indiscutivelmente o melhor em campo dos bávaros, graças à sua excelente condição física e aos seus remates. Argumentos que poderão não ser suficientes para convencer Guardiola.

O holandês é bem menos esforçado no aspecto defensivo do que Franck Ribéry, que ocupa uma posição semelhante e esteve incansável frente a Dani Alves, correndo por toda a ala direita para defender e atacar. Robben já protagonizou problemas no vestiário com o francês na temporada passada e foi várias vezes acusado de egoísmo pelos colegas.

Robben acabou relegado para o banco de reservas em detrimento de Toni Kroos e só voltou ao time titular justamente depois da lesão do meia contra o Juventus, nas quartas de final. Aos 29 anos, ele é um dos jogadores mais em forma dos bávaros e tem tido uma performance brilhante, que convenceu torcedores e o próprio Heynckes, decidido a abrir mão do holandês no início da temporada. O futuro do jogador é incerto, mas antes de decidir se vai ou se fica, Robben tem duas finais pela frente: a Copa da Alemanha e a Liga dos Campeões. Será que é desta vez?
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