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RS: delegado afasta hipótese de incêndio criminoso em boate da capital

Terra

Depois que quatro depoimentos foram prestados na 17ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre (RS) na segunda-feira, a hipótese de que o incêndio na casa noturna Cabaret tenha sido criminoso perdeu força. De acordo com o delegado Hilton Müller Rodrigues, o subgerente do estabelecimento relatou que o fogo começou “de dentro para fora”, e que não havia ninguém dentro da boate no momento da ocorrência. Foi o próprio subgerente quem abriu a porta para que os bombeiros combatessem as chamas. A casa noturna pegou fogo no último sábado. “Aquela hipótese que se aventou durante o fim de semana de que alguém teria jogado alguma coisa sobre o telhado, e a partir daí iniciado o fogo, a princípio fica descartado”, afirmou o delegado. As informações foram publicadas no jornal Correio do Povo.

Além do subgerente, outros três depoimentos foram colhidos ontem à tarde: dos dois sócio-proprietários e um vizinho que testemunhou o incêndio. O delegado informou que ainda pretende ouvir outros vizinhos da casa noturna e bombeiros que estiveram no local. Conforme Rodrigues, não há previsão de quando o inquérito deverá ser concluído, mas isso não irá ocorrer em menos de 30 dias, já que a Polícia Civil ainda depende do laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP). O prejuízo calculado com o incêndio é de R$ 500 mil. Os sócios informaram que a boate não tinha seguro.

O Cabaret
Localizada na área central da capital, a casa noturna Cabaret havia sido interditada no final de janeiro durante a intensificação da fiscalização de casas noturnas ocorrida depois do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria. Na ocasião, os bombeiros encontraram fiação elétrica exposta; o local passou por reformas e reabriu 20 dias depois. Zaniratti confirmou que o Cabaret, boate tradicional na noite porto-alegrense, possui alvará para funcionar normalmente. A casa, que funciona desde 1992, quando abriu como Cabaret Voltaire, receberia uma festa nesta noite.

Até 27 de fevereiro, um mês depois da tragédia em Santa Maria, pelo menos 250 estabelecimentos comerciais haviam sido interditados em 14 capitais do País. A reação depois do incidente que traumatizou o Brasil levou governos e bombeiros a reforçar a fiscalização, especialmente de casas noturnas. O levantamento do Terra apontou que a falta de saídas de emergência, sinalização irregular e extintores de incêndio fora do prazo de validade estavam entre as principais falhas apontadas.
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