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Pulverização dos processos é para gerar desgaste político, diz Riva

Da Redação - Jardel P. Arruda

 Já “famoso” como o político mais processado do Brasil, o deputado José Geraldo Riva (PSD), afirma que “ostenta esse título” porque existe um interesse em desgatá-lo politicamente. Segundo ele, não existe razão de ser para tantos processos, pois todos tratariam basicamente do mesmo mérito.

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“Isso começou há dez anos atrás. Não tinha razão de tantos processos. Todos poderiam ser um só, tratam a mesma coisa. Mas isso é um processo de me desgastar politicamente”, disse o parlamentar, na coletiva de imprensa proferida após o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) afastá-lo do cargo de presidente da Assembleia Legislativa.

A maioria dos processos contra José Riva incluem o ex-deputado estadual, o conselheiro afastado do Tribunal de Contas Humberto Bosaipo, em supostos esquemas de desvio de verba pública através da emissão de cheques para o pagamento de serviços nunca teriam acontecido, ou então pela emissão desses cheques para factorings ilegais.

De acordo com as denúncias do Ministério Público, ambos teriam desviado cerca de R$ 62 milhões. “Então a Assembleia não funcionou nesse tempo? Porque a verba da Casa era de R$ 70 milhões. É isso?”, ironizou José Riva. A defesa do deputado já tentou em algumas ocasiões a unificação dos processos, mas sem sucesso.

Em uma decisão recente do TCE, Riva e Bosaipo foram condenados a ressarcir o erário em R$ 4,7 milhões em dois processos. O primeiro processo é referente à emissão, por parte da Assembleia Legislativa, de 48 cheques em favor da empresa fantasma Sereia Publicidade e Eventos Ltda, que juntos totalizavam R$ 2.650.921,20.

Eles foram emitidos durante 15 meses, de agosto de 2001 a dezembro de 2002, sendo que 26 deles foram descontados no Banco do Brasil e 22 na Confiança Factoring, de propriedade de João Arcanjo Ribeiro, preso em 2001 durante a Operação Arca de Noé.

O segundo é referente ao chamado “escândalo das calcinhas”. Riva e Bosaipo são acusados de emitir 44 cheques, no valor total de R$ 2.153.393,66, em favor da firma individual DP Quintana Publicidade, aberta com o CNPJ de uma empresa de peças íntimas femininas, que conforme a Jucemat encontra-se com o CNPJ suspenso.

A empresa teria vencido o processo licitatório aberto pela Assembleia para contratação de serviços de publicidade, que nunca foram prestados. O deputado, por sua vez, afirma que a empresa operava com locação de aeronave e ela parou de operar com a Assembleia em 1998. Em 2000 ela mudou o ramo de atividades, passou a fabricar roupas íntimas. “E aí usaram essa maldade”, disse.
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