Imprimir

Notícias / Política BR

Planalto faz 'julgamento meio fascista' de quem discorda, diz líder

G1



O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), rebateu nesta segunda-feira (13) as críticas do Palácio do Planalto de que ele estaria “dificultando” o governo ao encabeçar uma emenda aglutinativa que altera as diretrizes da MP dos Portos, proposta que prevê modernizações no setor portuário brasileiro. Segundo o peemedebista, o Executivo faz "julgamento fascista" ao se portar de forma maniqueísta ao colocar que quem discorda de seu projeto está “com o mal”.

“Se com o fato de a gente discordar de detalhe, a gente pode estar dificultando o governo, isso me parece um julgamento meio fascista. Coloca as pessoas na condição de que o bem está só de um lado. Ou de quem discorda de um detalhe está com o mal. Não é assim que as coisas funcionam”, ironizou Cunha.

À frente da segunda maior bancada da Câmara, o líder do PMDB enfatizou que, durante o final de semana, orientou os integrantes de seu partido a não comparecerem à sessão convocada para a noite desta segunda, que tentará votar a MP. Ele informou que, somente nesta terça (14), os deputados peemedebistas irão apreciar o projeto. Se mesmo assim houver quórum, advertiu o deputado do Rio, ele vai obstruir a votação.

Na última quarta (8), a primeira tentativa de votar a medida provisória foi suspensa pelo presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), após uma troca de acusações no plenário entre Cunha e o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ). Na ocasião, Garotinho classificou a emenda apresentada pelo líder do PMDB de “Tio Patinhas” e disse que o dispositivo atenderia a interesses econômicos.

Nos últimos dias, Cunha tem sido alvo de críticas por integrantes do Planalto. O governo enxerga o líder do PMDB como um dos principais opositores da proposta governista. Indagado sobre as reclamações do Executivo sobre sua postura no episódio, o deputado fluminense alegou que ele é um dos parlamentares que mais conduziu votações "favoráveis ao governo”. Mais uma vez usando de ironia, ele ressaltou que não estava escrito na aliança com o PT que sua legenda teria de concordar integralmente com as propostas do Executivo.

“Tenho tido toda sorte de trabalho mostrando nossa aliança do governo com o PMDB. Mas, se no momento que tem uma discordância, essa aliança vai por água abaixo, alguma coisa está errada. No programa de aliança com o PT, não fazia parte que tinha que concordar com a integralidade de todos os textos”, disparou.

Imprimir