Por motivos diferentes, deputados da base do governo e da oposição afirmaram nesta quinta-feira (16), após a aprovação da MP dos Portos na Câmara que a votação que durou quase 41 horas até aprovar o texto representa uma vitória. Enquanto o governo comemora o fato de a matéria ter sido aprovado, a oposição alega que as extensas sessões demonstraram a fragilidade da base governista.

As negociações para aprovar a matéria na Câmara se arrastaram desde a semana passada, com forte pressão de deputados da própria base aliada para alterar pontos do texto elaborado numa comissão especial em acordo com o governo, além de resistência da oposição. A última sessão para votação da MP dos Portos foi iniciada por volta das 11h de terça-feira e sob terminou por volta de 9h40 desta quarta.

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou que o texto aprovado está dentro do que havia sido acordado com o com o governo. “O fato de termos conseguido votar a MP dos Portos é uma vitória importante [...]. O governo se sente absolutamente vitorioso”, declarou.

Já o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), que durante a sessão articulou medidas para postergar a votação disse que a oposição vê a base dividida depois desta votação. Uma das emendas que mais gerou divergências e estendeu a discussão da MP na Câmara foi apresentada por Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB, partido que integra a base governista. Na noite de terça, a votação avançou após o PT fechar acordo com o partido.

“A oposição teve uma vitória política indiscutível, conseguiu levar essa sessão por mais de 20 horas. Evidente que não conseguiria isso se não houvesse esse racha na base do governo”, declarou Mendonça Filho.