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Campanha busca diagnosticar hanseníase em crianças

G1

A Secretaria de Saúde de Cruzeiro do Sul (AC) iniciou esta semana, a Campanha de Combate à Hanseníase e à Verminose deflagrada pelo Ministério da Saúde em todo Brasil. O objetivo é identificar nas escolas casos suspeitos de hanseníase em crianças com idade entre cinco e 14 anos. A preocupação se deve ao acréscimo dos diagnósticos positivos nesta faixa etária.

Até agora, a campanha já identificou dois casos suspeitos em crianças que serão melhor avaliadas pelo dermatologista. Um caso da doença foi confirmado no pai de um estudante que estava com sintomas de hanseníase e procurou a equipe que percorre as escolas.

Em Cruzeiro do Sul, a equipe vai percorrer 35 escolas públicas com o objetivo de examinar mais de 15 mil crianças. De acordo com Eliane Gonçalves, coordenadora do programa de hanseníase do município, os pais preencheram um mapa distribuído antecipadamente, onde consta a indicação de manchas no corpo da criança. “Os casos que a gente identifica como verminose já fazemos o tratamento e aqueles suspeitos de hanseníase encaminhamos ao dermatologista que pode confirmar ou descartar”, explica.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, mais de 50% dos novos casos da doença notificados nos últimos quatro anos em Cruzeiro do Sul, estão em pessoas com menos de 20 anos de idade. Das 104 pessoas acometidas, 53 delas têm entre 5 e 20 anos. Em 2012 o município que tem menos de 80 mil habitantes, registrou 26 novos casos da doença, uma média bem acima do que é recomendável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Cruzeiro do Sul tem dezenas de pessoas mutiladas pela hanseníase. A aposentada Maria José de Souza Gomes, de 72 anos, é uma delas. Ela conta que chegou ser retirada da escola e do convívio da família, quando contraiu hanseníase aos 12 anos de idade. “Naquela época havia muito preconceito e a minha história é uma história de sofrimento. Fico feliz, porque hoje as autoridades estão preocupadas para evitar que aconteça com as crianças o que aconteceu comigo. Se houver uma descoberta e um tratamento rápido a pessoa não fica com sequelas”, comenta a ex-hanseniana.
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