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Hospitais do Japão se capacitam para mastectomias preventivas

Bem Estar

Dois hospitais de Tóquio, no Japão, iniciaram um processo de preparação para realizar mastectomias preventivas em pacientes portadoras da mutação no gene BRCA 1 e BRCA 2, que aumentam o risco do surgimento de câncer de mama. As informações foram divulgadas pela agência EFE, citando o jornal “Asahi”.

O Instituto do Câncer de Tóquio e o Hospital São Lucas seriam os primeiros do país a introduzir este procedimento que, nos últimos dias, ganhou visibilidade depois que a atriz americana Angelina Jolie anunciou ter se submetido a uma dupla mastectomia.

Apenas mulheres que possuírem a mutação nos genes BRCA 1 e BRCA2 é que podem optar por este procedimento. O Instituto do Câncer pediu ao comitê de ética para realizar uma avaliação em junho e dar sua aprovação a este tipo de cirurgia. Já o Hospital São Lucas está apto a executar as cirurgias.

De acordo com geneticistas e médicos oncologistas, a presença desta mutação, que é hereditária, aumenta em 87% o risco de uma mulher desenvolver câncer de mama e em 50% o risco de ter câncer de ovário. No caso de Angelina, sua mãe havia morrido de câncer em 2007, por isso, decidiu retirar as mamas -- mas fez a operação para reconstrução das mamas com implantes.

Segundo especialistas, a mutação pode ser identificada pela análise genética de um paciente. Este exame é recomendado para pessoas enquadradas no grupo de risco -- ou seja, com histórico de incidência de câncer precoce na família, quando a doença surge antes dos 40 anos.

Única forma de prevenção?
Mas realizar uma mastectomia (retirada dos seios) é a única solução para prevenir o câncer de mama? Não, segundo especialistas. A retirada dos seios, após a descoberta do gene defeituoso e da chance de desenvolver câncer de mama, pode reduzir sim o risco de desenvolver o carcinoma.

De acordo com o médico mastologista João Carlos Sampaio Góes, esse tipo de procedimento, seguido da reconstrução das mamas, já é bastante aplicado do país, inclusive quando há detecção do câncer de mama na fase inicial.

No entanto, há outras alternativas de prevenção. Uma delas é o acompanhamento médico com maior frequência e realização de exames de mamografia.

Câncer de mama
O câncer de mama é o carcinoma mais comum em mulheres, respondendo por 22% do total de casos novos a cada ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Estimativa do instituto aponta que o país registrou 52.680 novos casos da doença apenas em 2012.

Os dados mais recentes de óbitos divulgados pelo instituto apontam que, em 2010, morreram no Brasil 12.852 pessoas devido ao câncer de mama, sendo 147 homens e 12.705 mulheres.
São considerados fatores de risco, tanto para homens quanto para mulheres, histórico familiar, obesidade, sedentarismo e antecedente de patologias mamárias.

Além disso, ginecomastia ou crescimento de mamas nos homens (isso pode ocorrer com aplicações de hormônio), hiperestrogerismo, doença testicular, doença hepática, fratura óssea acima de 45 anos e a síndrome de Klinefelter podem também ser perigosos. Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama.
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