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Apagão de mão de obra leva empresas a buscar profissional no mercado de estágio

R7

A desproporção entre a disponibilidade de brasileiros com Ensino Médio e Superior e a velocidade do crescimento econômico do Brasil nos últimos anos faz com que o "apagão de mão de obra" esbarre no mercado de estágios. Como consequência, as empresas buscam profissionais em início da carreira cada vez mais exigentes e pagando mais, principalmente nos setores mais aquecidos.

Segundo o superintendente de operações do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), Eduardo de Oliveira, as exigências das empresas hoje para a contratação de um estagiário são praticamente as mesmas feitas a um profissional diplomado.

— Mas as exigências não aumentaram só porque o mercado pede mais qualificação. É que também são milhares de vagas para milhões de estudantes.

A boa notícia ao estudante mais preparado é que a bolsa auxílio (salário do estagiário) aumentou nos últimos anos, conta Oliveira.

— Dependendo do ano em que ele está e o tempo da jornada de trabalho, um estudante de engenharia chega a ganhar mais de R$ 2 mil. A ideia também é que a empresa retenha o jovem que ela está moldando para a posição.

Segundo uma pesquisa da TSN InterScience realizada neste ano, 64% dos profissionais em início de carreira são efetivados nas empresas que estagiam. Oliveira diz que o número só não é maior por causa das empresas públicas, que disponibilizam vagas de profissionais com curso superior por meio de concurso público.

Exigências

O aquecimento da economia brasileira nos últimos e próximos anos tem maior reflexo na contratação de profissionais em início de carreira nas áreas de Administração, Direito, Ciências Contábeis, Educação Física, Pedagogia, Publicidade, Turismo e Computação.

Nelas, dado o maior número de empresas brasileiras com atuação no comércio exterior, o idioma é a principal exigência, como no caso da Embraer, em que a língua é mais importante que o curso de graduação do candidato à vaga. Em seguida, conhecimento em informática, criatividade e liderança são os pontos avaliados em entrevistas, segundo o superintendente do CIEE.

Mas a falta de profissionais em condições de preencher as vagas não está ligada apenas ao apagão de mão de obra. De acordo com a diretora do Instituto Crescer, Luciana Allan, os desafios que o mercado impõem ao profissional vão além do conhecimento, e, por isso, há um descompasso entre o cidadão que se forma e o que o mercado procura.

— O que o mercado busca? O profissional com todas as competências. É ter jogo de cintura, ter iniciativa e criatividade para projetos. O profissional tem que mostrar que consegue fazer com poucos recursos.

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