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Ministério faz reuniões sobre 'importação de médicos' na Suíça

G1

Representantes do Ministério da Saúde se reuniram, nesta segunda-feira (20), em Genebra, com funcionários dos governos de Portugal, Espanha, Reino Unido e Canadá para trocar informações sobre a “importação” de médicos, informou a assessoria de imprensa da pasta.

Mozart Salles, secretário de gestão do trabalho e da educação, e Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde, estão na Suíça para participar de assembleia da Organização Mundial da Saúde e aproveitaram a ocasião para conversar com as delegações estrangeiras.

As reuniões tiveram por objetivo conhecer as experiências dos países e a sondar o interesse em enviar profissionais ao Brasil, já que, como o próprio ministério divulgou, o governo cogita suprir com médicos estrangeiros regiões com déficit em atendimento de saúde, ainda que em caráter provisório.

Portugal e Espanha seriam virtuais candidatos a mandar médicos ao Brasil, já que enfrentam alto desemprego por causa da crise econômica. Reino Unido e Canadá são países que captaram profissionais estrangeiros. O ministério não detalhou, no entanto, o que foi conversado com cada um.

Segundo o ministério, estuda-se autorizar que esses estrangeiros atuem em locais específicos e somente em atenção básica, o que exclui procedimentos mais complexos, sem a convalidação de diploma, exigência para o exercício pleno da medicina no Brasil.

As reuniões com os quatro países aconteceram fora do âmbito da assembleia e nenhum acordo concreto será fechado pelos representantes do governo brasileiro na Suíça, afirmou o Ministério da Saúde.

Polêmica
Entidades que representam a classe dos médicos pediram nesta segunda-feira (20) a intervenção da presidente Dilma Rousseff na questão da “importação” de médicos e da melhoria do atendimento em áreas isoladas.

Ainda nesta segunda, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) pediram, em carta aberta a Dilma Rousseff, que a presidente medie o debate em torno da "importação" de médicos.

No documento, os médicos afirmaram que “a sociedade tem sido constantemente surpreendida com notícias emitidas por diferentes ministros de Estado dando conta de acordos e propostas com o intuito de facilitar a entrada no Brasil de portadores de diplomas de medicina emitidos em escolas no exterior”.

A ideia de convidar médicos estrangeiros vem sendo duramente criticada pelo CFM, que exige que profissionais formados no exterior passem por uma avaliação antes de validar o diploma no Brasil, o Revalida. Em 2012, apenas 77 dos 884 médicos que prestaram a prova foram aprovados.

O CFM já entrou, inclusive, com uma representação na Procuradoria Geral da República contra os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, da Educação, Aloizio Mercadante, e das Relações Exteriores, Antônio Patriota, por terem anunciado que vão trazer médicos do exterior para trabalhar no Brasil.
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