Indígenas querem a criação de uma unidade da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em uma das aldeias localizadas na região do Alto Solimões, composta pelos municípios de Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Tabatinga e Tonantins. A proposta foi feita por índios da aldeia Umariaçu, da etnia Tikuna, durante a Conferência Municipal de Educação, realizada este mês em Tabatinga, a 1.105 quilômetros de Manaus.

Segundo o presidente da Comissão de Educação, Cultura e Assuntos Indígenas da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), deputado estadual Sidney Leite, o assunto será discutido com a reitoria da UEA. "Tem-se que discutir um modelo que irá atender às demandas da região, não só com capacitação de profissionais, mas também com extensão e pesquisa. Os cursos devem atender às necessidade da população", disse o parlamentar. Em nota, a UEA afirmou que já conta com o Centro de Estudos Superiores de Tabatinga (CSTB/UEA), que atende cerca de 1.500 alunos da população local. A universidade informou ainda que tomou ciência da situação, mas que a decisão de criar novas unidades é feita em conjunto como o Governo do Estado e atende às demandas do município. "A UEA aguarda receber a solicitação oficialmente para que seja avaliada a situação", diz trecho da nota.

Sidney Leite afirmou que os Tikunas são a etnia mais populosa da Amazônia brasileira. Segundo ele, somente no Alto Solimões, são mais de 30 mil índios. Na aldeia Umariaçu, que fica no perímetro urbano de Tabatinga, vivem cerca de 3,6 mil índios. "Na area do Alto Solimões, há toda uma demanda de profissionais, principalmente da área da saúde e biotecnologia, para atender as necessidades da população. Por se tratar de uma região do país distante e de difícil acesso, a população se vê isolada" disse o deputado ao G1.

Além de Tabatinga, outros três municípios realizaram conferências de educação: Apuí, São Gabriel da Cachoeira e Rio Preto da Eva. Até 31 de maio, mais 22 municípios devem promover o evento .