O sargento da Polícia Militar que estuprou nove mulheres entre agosto de 2011 e janeiro do ano passado foi condenado a 101 anos, cinco meses e 12 dias de prisão. Os crimes ocorreram em Belo Horizonte e em Contagem e Betim, na região metropolitana.

Alexander Lourenço da Silva, que tinha 37 anos na época dos abusos, era violinista e integrante da orquestra sinfônica da corporação. Ele usava faca de açougueiro, foice e até uma machadinha para ameaçar as vítimas, que eram estupradas em um fusca verde. Seis mulheres eram menores quando foram violentadas pelo policial. Duas das vítimas eram parentes de outros militares.

Um aparelho celular apreendido com o sargento, utilizado por ele para fotografar as vítimas, teve as imagens reconhecidas pelas mulheres.

A defesa do policial argumentou na Justiça que houve nulidades processuais, dentre elas o ilegal reconhecimento do então acusado na delegacia e o indeferimento do pedido de complementação de perícia.

O juiz Milton Lívio Lemos Salles destacou que as provas que foram expostas no processo criminal são “robustas” para a condenação. Segundo ele, “as vítimas unanimemente reconheceram o acusado e forneceram suas características físicas e vestimentas condizentes com as apreendidas nos autos”.

Para cada vítima, o magistrado fixou uma pena que, somadas, resultam em 101 anos de reclusão. Foi ainda mantida a prisão preventiva do militar para resguardar a aplicação da lei penal. A decisão é de primeira instância e está sujeita a recurso.