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Polícia de GO acredita que homem que roubou avião tinha prática com ultraleves

G1

A polícia de Goiás acredita que o homem que roubou um avião e caiu com a filha num shopping de Goiânia tivesse alguma prática em aeronaves ultraleves, além de usar simulador para computadores. O corpo da menina foi velado e sepultado nesta sexta-feira (13). A polícia solicitou exames toxicológicos para saber se o sequestrador estava sob efeito de drogas.

Com ferimentos na cabeça, no braço e na perna, Érica Correia deixou o hospital. Foi direto para o velório da filha, ficou poucos minutos e saiu em silêncio. O corpo de Penélope Barbosa, de cinco anos, foi enterrado no início da tarde. “Era uma menina vaidosa, extrovertida, gostava de brincar”, conta a tia da menina Elaine Correia.

O corpo de Kleber Barbosa da Silva, pai da menina, foi velado em outro cemitério da capital. “Minha irmã ligou na minha casa e me avisou. Eu tinha acabado de chegar do trabalho. Eu estou péssimo”, diz o pai de Kleber, Miguel Barbosa da Silva. 

Kleber e a filha morreram na queda de um avião no estacionamento do maior shopping de Goiás. Imagens feitas pelas câmeras de segurança registraram o momento em que o monomotor atingiu o solo. Clientes contaram que escaparam por pouco. “Questão de minutos, já estava voltando ao estacionamento quando vi a confusão”, relata a estudante
Evani Paula da Silva.

Na tarde de quinta-feira, depois de agredir a mulher e jogá-la do carro, Kleber seguiu com a filha para o aeroclube em Luziânia, no entorno de Brasília, onde roubou o monomotor e iniciou uma viagem com destino a Goiânia.

Assim que foi informada do roubo do avião, no fim da tarde desta quinta, a FAB determinou a decolagem de um Mirage para acompanhar a aeronave roubada.

O Mirage localizou o avião e identificou o rumo da aeronave: a cidade de Goiânia. Logo depois, a FAB determinou que uma aeronave assumisse a missão, um tucano com velocidade parecida com a do monomotor roubado.

Segundo a Aeronáutica, os dois pilotos e a torre chamaram o piloto do monomotor por rádio, várias vezes, sem resposta.

Imagens feitas por funcionários do aeroporto mostram as manobras ousadas que Kleber fez durante os 40 minutos que sobrevoou o local. Ele também assustou os moradores voando baixo, entre os prédios da cidade. Até cair a menos de 10 metros da entrada principal do shopping. Na hora, cerca de cinco mil pessoas estavam no local. Ninguém ficou ferido. Os destroços do avião e dos carros danificados já foram retirados do estacionamento.

Exame toxicológico

A polícia pediu exame toxicológico no corpo de Kleber para saber se ele estava sob efeito de drogas. Na semana que vem, a mulher dele deve ser ouvida.

Segundo relatos de amigos e parentes, Kleber não trabalhava e era sustentado pela mãe, que mora na Espanha. Entre os parentes era conhecido como uma pessoa de poucas palavras. “Ele gostava de ficar quieto, isolado de todo mundo. Depressivo.”, diz Valterly Barbosa da Silva, tio de Kleber

Uma questão que ainda não foi esclarecida é: como Kleber aprendeu a pilotar? Amigos dele ouvidos informalmente pela polícia disseram que ele gostava de aviões, já tinha pilotado ultraleves e costumava treinar num simulador de voo por computador. afirma Fernando da Silva, ex-cunhado de Kleber.

O instrutor Igor Camargo ficou impressionado com o sangue frio de Kleber. “As reações que são sentidas pelo voo e pela altitude e o medo de que aconteça algo de errado influencia muito o psicológico, e aparentemente ele não tinha medo do que ele estava fazendo”, avalia.



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