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Copa no horizonte, taça no currículo: Cavalieri, o preferido dos jogadores

Globo Esporte

Passado: melhor goleiro do Campeonato Brasileiro de 2012. Presente: eleito por 343 colegas de profissão como maior candidato a ser novamente o destaque da posição em 2013. Futuro: o sonho de vestir as luvas da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014. Diego Cavalieri, o protetor das redes do Fluminense, vive o momento mais importante de sua carreira. Ao título nacional do ano passado, ele acrescentou repetidas convocações para defender o Brasil e, consequentemente, agregou a esperança de estar no Mundial. E tudo com a chancela dos jogadores, como mostra pesquisa feita pelo GLOBOESPORTE.COM e pela revista "Monet".


Cavalieri recebeu 76 votos, o equivalente a 22,2% do total. Quem mais se aproximou dele foi Cássio, do Corinthians, com 55 (16%), seguido por Jefferson (vencedor do ano passado), do Botafogo, Victor, do Atlético-MG, e Rogério Ceni, do São Paulo. Em 2012, o goleiro do Fluminense sequer ficou entre os cinco mais citados. A mudança, ele não tem dúvidas, é consequência do título brasileiro.

- Estou consciente de que é muito baseado no que foi feito ano passado. Houve outras (pesquisas) assim, e eu nem figurava na lista. Isso é muito momentâneo. A base dos jogadores é o que foi feito no ano anterior. Por serem colegas de trabalho, me deixa muito contente, muito feliz, mas não muda muita coisa na minha maneira de pensar, de trabalhar. Serve de estímulo para buscar cada vez mais uma alta performance, ter atuações cada vez mais seguras - disse o goleiro.


De geração em geração: defesa da classe

Diego Cavalieri não tem dúvidas: o Brasil está repleto de boas opções para o gol. Ele defende a classe. Entende que o país tem uma boa escola de goleiros. E usa a passagem de bastão na Seleção como prova disso. Argumenta que equipes como Itália e Espanha sofrem dificuldades na sucessão de seus goleiros, enquanto a seleção brasileira encontra novas alternativas a cada Copa.

- Fala-se muito do goleiro brasileiro. Mas temos grandes goleiros. O Marcos jogou em 2002, o Dida jogou em 2006, o Julio Cesar jogou em 2010. Isso mostra a qualidade que temos, a rotatividades que temos. Alguns são mais experientes, outros estão surgindo com potencial muito grande. (...) Muitos falam dos goleiros da Europa, mas se tira o Buffon da Itália e o Casillas da Espanha, quem serão os goleiros? Eles estão há muito tempo, o que no Brasil não acontece, porque a qualidade é muito grande.

O mesmo raciocínio leva Cavalieri a uma conclusão natural: a concorrência por vaga na seleção brasileira é pesada. Ele cita um punhado de goleiros que admira - e alguns deles ainda estão na briga por vaga na Copa de 2014.

- Destaco muito o Rafael, do Santos, um menino jovem, mas com uma maturidade muito grande. O Jefferson é um cara que admiro muito. Mantém um nível há muito tempo. E também outros goleiros que estão no Brasil há bastante tempo, o Fábio, o Victor. Também tem o Cássio, que está muito bem, e o Rogério igualmente, com a idade que está, com o futebol muito dinâmico, com o pessoal fazendo bolas cada vez mais favoráveis aos atacantes. Isso mostra a qualidade que temos.

Cavalieri tem parâmetro para comparação. Entre 2008 e 2011, defendeu o Liverpool, da Inglaterra, e o Cesena, da Itália. Não teve sucesso por lá. E viu um estilo diferente do brasileiro. Por aqui, trabalha-se mais a técnica do goleiro, na visão dele.

- Tecnicamente, é muito diferente o trabalho que a gente faz aqui, sem menosprezar os profissionais lá de fora. Tive a oportunidade de trabalhar lá fora. Sentia muita falta do trabalho específico para goleiro. Você vê excelentes goleiros lá fora, mas fazem a técnica de outra maneira. Aqui, a gente tem muita coisa que se trabalha e muita dificuldade também, questão de estado de gramado, de condições de iluminação, o que acaba complicando um pouco. Mas o trabalho técnico e a qualidade do goleiro no Brasil são muito grandes. Na Europa, não se trabalhava tanto a técnica quanto aqui.

Volta por cima e proximidade da Copa

Diego Cavalieri não se arrepende da ida frustrada para a Europa. Quem, em sã consciência, estando na reserva do Palmeiras, rejeitaria uma transferência para o Liverpool? Mas foi o retorno ao Brasil que fez o goleiro dar a volta por cima. O início no Fluminense foi complicado. Houve falhas. Houve dúvidas. E depois veio a recuperação, a vaga, o título, a Seleção.

- Se eu deixasse escapar aquela oportunidade (de ir para o Liverpool), dificilmente teria outra chance para um grande clube. Lá foi difícil. Foram dois anos sem jogar muito, procurando algum espaço. Apareceu um clube na Itália depois, em uma situação pior ainda. E aí surgiu a oportunidade de retornar ao Brasil, no Fluminense. O começo foi muito conturbado, com muita cobrança. Voltei para a reserva, e aí sabia que teria que colocar a cabeça no lugar e seguir trabalhando, que é a única maneira de reverter um quadro. Foram momentos complicados, ruins, mas que serviram de aprendizado, de amadurecimento.

A realidade agora é outra. Falta um ano para a Copa do Mundo. Diego Cavalieri é figura habitual nas convocações. Disputar o Mundial é uma realidade viva, concreta. Mas ele prefere ir com calma. Ainda sente a convocação final muito longe.

- A Copa está próxima pelo tempo. Um ano passa muito rápido. Daqui a pouco, já está aí. Mas perto de mim, não. Tem muito chão, muita coisa para acontecer. Um ano, no futebol, é uma eternidade. Muita coisa pode mudar. É um objetivo, um sonho. Vou continuar me esforçando, me dedicando, para ficar em alto nível, continuar sendo convocado, manter uma regularidade, estar cada vez mais presente. Vou em busca desse sonho, desse objetivo. Vou correr atrás, me dedicar, fazer todo o esforço possível para estar na Copa. Mas não vejo a Copa perto de mim. Tem muito a acontecer, até pela qualidade dos demais goleiros.

O top 5

Os cinco primeiros colocados na pesquisa têm passagens pela Seleção. No ano passado, quando a maioria dos jogadores preencheu os questionários, Cássio estava se tornando titular do Corinthians. Não era um nome lembrado. Mas viriam os títulos da Libertadores e do Mundial. E agora ele é o segundo mais citado.

Jefferson caiu do primeiro para o terceiro lugar, mas sua votação aumentou: passou de 12% para 14,3%. Victor, apenas o oitavo em 2012, agora é o quarto. E Rogério Ceni roubou o quinto posto de Rafael, desta vez o sexto mais citado.

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