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PR posterga decisão com Maggi sobre candidatura e passa a ver juiz federal como ‘perigo real’

Da Redação - Ronaldo Pacheco

O Partido da República deseja ter o senador Blairo Maggi como candidato ao governo de Mato Grosso, em 2014. E Maggi, mesmo se fazendo de difícil, deseja estar no palanque majoritário do próximo ano. A pergunta que provoca frisson nos bastidores políticos do Estado é: o quê estaria emperrando o anúncio da candidatura de Maggi, pelo PR?

Cenário sem Blairo e Taques é improvável, avalia Pinheiro

Quem responder que um dos ingredientes para a indefinição é o juiz federal Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara do Fórum J. J. Moreira Rabelo, tem grande chance de acertar. O PR não tem Julier, mas dá claras demonstrações de respeito.

Desta vez, porém, há justificativa palpável para o adiamento da reunião da Executiva do PR: o deputado federal Wellington Fagundes, presidente estadual, tem problemas de saúde na família e pediu o adiamento. Uma nova reunião deve ser agendada para a próxima semana.

É a quarta reunião adiada pelos republicanos. Wellington Fagundes deseja reunir Maggi com os parlamentares, prefeitos, vereadores e líderes do PR para definir o caminho para a eleição de 2014, a partir de uma candidatura própria ao Palácio Paiaguás.

Em verdade, o PR deseja se reunir com Blairo Maggi para que diga ‘sim’ à disputa para o governo do Estado, em 2014. Na última entrevista sobre o tema, para reportagem do Olhar Direto, há duas semanas, Maggi disse que “estava pensando”. Porém, na semana passada, declarou à imprensa nacional que não será candidato, por focar em suas empresas e cuidar da família.

O secretário geral do PR, deputado estadual Emanuel Pinheiro, disse que consultou informalmente os deputados estaduais, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e dirigentes municipais do PR. “As bases desejam que ele assuma logo a pré-candidatura, mas devemos respeitar a vontade do senador”, aponta Pinheiro.

Nas três eleições que disputou anteriormente, Maggi fez suspense o quanto pôde. Foi assim em 2002. Repetiu em 2006, dizendo que era contra o instituto da reeleição. E, por fim, em 2010, chegou a convocar entrevista coletiva para anunciar que estava ‘pendurando as chuteiras’ para cuidar da família e das empresas do grupo André Maggi. Em todas as vezes, foi candidato e se elegeu.

A postergação de Maggi emperra, porém, as costuras com os principais aliados: PMDB e PT. E os peemedebistas desejam o governador Silval Barbosa na disputa como candidato a senador. O PT não abre mão da chapa majoritária, mas lhe ‘sobraria’ a vaga de vice. E se o PT filiar Julier Sebastião, aceitaria outra vaga que não seja da cabeça de chapa? Ou mesmo o PMDB?

E o PSD do vice-governador Chico Daltro e do presidente da Assembleia, deputado José Riva, contentaria em ficar fora da chapa majoritária?

Em 2014, há somente uma vaga para o Senado. E, se Maggi não concorrer ao governo, o PMDB trabalha para viabilizar um candidato que encabece a chapa majoritária. É certo que o PMDB já decidiu manter aliança com o PT, em nível estadual, repetindo a coligação nacional.

E a indefinição do PR passa atrapalha o diálogo com as outras siglas. Para pressionar Maggi, o presidente regional do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, tem afirmado reiteradas vezes que a agremiação trabalha por uma candidatura própria, mas não cita nomes com envergadura para o pleito.

De concreto, contra os governistas, apenas a pré-candidatura do senador Pedro Taques (PDT) ao governo em 2014. Taques se destacou nacionalmente, no ano passado, na CPI do Cachoeira; e, neste ano, ao enfrentar o colega alagoano Renan Calheiros (PMDB) na disputa pela Presidência do Senado. Levou uma ‘sova’ de votos, mas firmou musculatura nacional, perante a opinião pública.
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