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Cooperativa de reciclagem de Tietê, SP, enfrenta problemas estruturais

G1

A cooperativa de reciclagem de lixo do município de Tietê (SP), inaugurada no começo do mês de maio, enfrenta problemas estruturais e está recebendo reclamações de moradores.

No local, cedido pela prefeitura, os maiores transtornos são a grande quantidade de telhas quebradas, a falta de cobertura nos boxes, os materiais que estão ao ar livre, a falta de CNPJ da empresa e a ausência de um caminhão gaiola, ideal para a coleta de reciclados.

No galpão trabalham sete trabalhadores, porém a expectativa é de que esse número chegue aos 50. O presidente da cooperativa, José Carlos Beloti, reconhece os problemas, mas espera que a empresa se torne um exemplo. “Nós estamos começando, a nossa ideia é ter uma cooperativa modelo. Eu não sei o que a gente vai conseguir, mas nós estamos tentando”, conta.

A coleta seletiva seria de responsabilidade da prefeitura. O município produz em média dez toneladas de material reciclável por dia. Do total, 20% já são encaminhados para esse espaço. O problema é que o transporte é feito pelo caminhão compactador de lixo e os materiais chegam aqui misturados ao orgânico. O ideal seria coletar em um caminhão gaiola.

Os coletores já pediram o veículo, mas enquanto o caminhão não chega, eles trabalham em meio ao lixo. Materiais como restos de comida, fraldas infantis, tubos de inseticida e latas com resto de tinta se misturam com os recicláveis. O cooperador Vladimir Betti Silvieiro, sabe dos riscos que corre e espera melhorias. “Mais pra frente nos vamos procurar um lugar afastado da cidade, e quando a cooperativa tiver recursos próprios, nós vamos fazer um barracão adequado”, afirma.

O zootecnista George Orsolini Nicolosi é vizinho da cooperativa e reclama da falta de estrutura. Ele teme pela saúde dos coletores e dos moradores, já que próximo ao local há nascentes de água. “Tem material que pode ser aproveitado, mas tem material também que é contaminado, é perigoso e chega a ser tóxico, por exemplo, embalagem de inseticida, embalagem de raticida, lata de tinta, lâmpada fosforescente, bateria de celular. A unidade geradora e manipuladora de produtos poluentes não pode expor a população e o meio ambiente à riscos”, explica.

O secretário de Meio Ambiente João Carlos Pires Uliana afirma que uma cooperativa de recicláveis não precisa de licença ambiental para funcionar, apenas do Álvara de Funcionamento que ainda será expedido pela prefeitura. Uliana acredita no projeto, mas reconhece a falta de infraestrutura do local. “Hoje a gente tá em fase de iniciação do trabalho, está desenvolvendo, vendo o que precisa ser feito, nós conseguimos esteiras com doações de empresas. Nós já conseguimos prensas e o telhado já foi solicitado. Dentro de 30 dias o telhado vai estar pronto porque ninguém quer os trabalhadores trabalhando em condições ruins”, conclui.

Além disso, o secretário afirma que o caminhão gaiola deve chegar à cooperativa na próxima segunda-feira (3). Porém, enquanto as estruturas ideais não ficam prontas, Uliana pede que os moradores separem o lixo reciclável do orgânico colaborando com o trabalho dos cooperados.
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