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Derrota do São Paulo põe Juvenal e torcida em guerra

R7

Não foi só o técnico Ney Franco que precisou administrar a fúria da torcida após a derrota para o Goiás por 1 a 0 no Morumbi na última quarta-feira (5), pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. A exemplo do que acontece quando a equipe não convence em campo, sobrou para o presidente Juvenal Juvêncio escutar coros pedindo sua saída do clube.

Os gritos começaram ainda durante o jogo e continuaram em frente ao estádio. A principal organizada xingou o presidente e acusou os atletas de serem "pipoqueiros". Como de praxe, Juvenal não rebateu as acusações, mas o vice Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, foi o único a se manifestar e defendeu o dirigente, a quem pode suceder em 2014.

— Foi uma reação emocional e em contexto de exploração política. É como um descarrego que sai em um momento pelo resultado da equipe.

Em entrevista recente após a eliminação nas oitavas de final da Copa Libertadores — que culminou no afastamento de sete jogadores do elenco —, Juvenal disse não se ver como um dos responsáveis pela fase ruim da equipe, preferindo distribuir a culpa entre comissão técnica e jogadores.

O mau momento do clube fez o ex-superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha, conselheiro do clube e ex-aliado de Juvenal, se lançar como candidato de oposição. Ele ainda costura alianças no conselho deliberativo para viabilizar sua candidatura, pois precisa de 55 assinaturas dos 160 conselheiros vitalícios para concorrer.

A torcida do São Paulo gritou pelo nome de Muricy Ramalho, após a derrota para o Goiás. Mais uma prova de que presidente do clube e a torcida não têm concordado: nesta quinta-feira (6) Juvenal foi ao CT da Barra Funda um dia após ter sido alvo de protestos no Morumbi e negou a possibilidade de retorno de Muricy Ramalho.

"Não", limitou-se a responder, sorridente, enquanto se dirigia para a parte interna do CT da Barra Funda. Na última vez em que aceitou dar entrevista — há quase um mês, logo após a eliminação na Libertadores —, foi para bancar a permanência de Ney Franco e anunciar a dispensa de sete jogadores do elenco.

Muricy está sem emprego desde a última sexta-feira (31), quando foi demitido pelo Santos. Com quatro títulos brasileiros pelo São Paulo, um deles como treinador, na década de 1970, ele sempre considerou o Morumbi como uma extensão de sua casa. Chegou a confidenciar a pessoas próximas, ainda na Vila Belmiro, que tem o sonho de ser campeão continental pelo clube que o lançou ao futebol.

Ney Franco, por sua vez, disse ser capaz de seguir à frente da equipe até o fim de seu contrato, em dezembro.

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