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Notícias / Agronegócios

Abiec critica Ministério Público Federal e Greenpeace

AE

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), o economista Roberto Giannetti da Fonseca, fez críticas hoje ao Ministério Público Federal (MPF) e à organização não-governamental (ONG) Greenpeace durante audiência pública extraordinária na Comissão de Agricultura do Senado para discutir a situação dos frigoríficos. "As informações em sites fazem parecer que eles (MPF) e as ONGs são heróis, enquanto empresas são vilãs", considerou. "É preciso que haja uma correção disciplinar, por parte do Senado, a esses fatos que ocorreram no Estado do Pará."

Giannetti da Fonseca explicou que, de 24 a 27 de maio, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério Público (MP) vistoriaram frigoríficos no Pará e entregaram 14 autos de infração às empresas. "Com base nestes autos, sem que tenha sido dado às empresas o direito de defesa, o MP obteve a lista de clientes do Frigorífico Bertin e deu a eles 10 dias de prazo para dizerem se comprariam carne desses fornecedores ou não", argumentou. "Temos aqui inconstitucionalidade, pois os fornecedores não tinham sido condenados", continuou.

O presidente da Abiec sugeriu também ao MP que diga se houve ou não quebra de sigilo fiscal nessa ação, já que, de acordo com Giannetti da Fonseca, buscaram dados das empresas em órgãos do governo. "Não é possível que o MP atinja o direito das empresas sem mandato judicial", afirmou. O MP não enviou, porém, qualquer representante para a audiência pública. A alegação é a de que estariam participando de um evento na Câmara dos Deputados. Durante sua explanação, o economista enfatizou que os 2,5 mil fornecedores do frigorífico Bertin não estão incluídos na listagem de propriedades embargadas pelo Ibama e nem pelo Ministério do Trabalho.

"Os fornecedores não cometeram crime e os clientes, acuados, disseram que não vão mais comprar carne do Estado do Pará. Mas que história é essa? Não se respeita mais os direitos das empresas. Esses fatos são muito graves. Me assusta a irresponsabilidade com que o MP trata o caso", disparou o presidente da Abiec.

Giannetti da Fonseca salientou que, apesar da propaganda do Greenpeace, nenhum quilo de carne da Amazônia é exportada para a União Europeia. Não é vendida por causa de questões sanitárias, segundo o economista, e não por problemas ambientais. "Esta é uma má publicidade de ONGs, que dizem que praticamente todo o gado brasileiro é produzido na Amazônia. É uma mentira quando dizem que o gado brasileiro vem da Amazônia", defendeu. O presidente da Abiec destacou, ainda, que representantes do Greenpeace também não compareceram à audiência pública. Para ele, o MP agiu inspirado pelo Greenpeace e não de modo próprio.
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